NOTÍCIAS

NULL

Wilson Simonal: uma reflexão sobre imagem e reputação

<div><font face=’Verdana’><strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt’>Nota do Sapesp</span></strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt’>: O assunto a ser mostrado reflete uma quest&atilde;o que n&atilde;o passa distante de problemas com atletas que, constantemente, t&ecirc;m suas vidas pessoais misturadas com a profissional por comunicadores que se pautam pelo sensacionalismo.</span></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Por M&aacute;rcia Wirth</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>O &ldquo;casseta&rdquo; Cl&aacute;udio Manoel nos brindou com um instigante document&aacute;rio: &ldquo;Simonal-Ningu&eacute;m Sabe o Duro que Dei&rdquo;, exibido pela primeira vez durante o festival &Eacute; Tudo Verdade, em S&atilde;o Paulo. Al&eacute;m de englobar elementos dramat&uacute;rgicos como fama, m&uacute;sica, ditadura, condena&ccedil;&atilde;o pela m&iacute;dia, ostracismo e alcoolismo, o filme, sob o ponto de vista de um profissional da comunica&ccedil;&atilde;o, &eacute; uma aula sobre constru&ccedil;&atilde;o/destrui&ccedil;&atilde;o da imagem e da reputa&ccedil;&atilde;o.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Voltemos a meados dos anos 60, quando Wilson Simonal &ndash; negro, pobre, filho de uma empregada dom&eacute;stica &ndash; se converte num dos mais populares cantores do Brasil, ficando apenas atr&aacute;s do Rei, Roberto Carlos. Por conta de sua genialidade e de seu talento incontest&aacute;vel, ele ocupava quase todos os espa&ccedil;os: de propaganda da Shell &agrave; telinha de um programa pr&oacute;prio na TV Record. Lan&ccedil;ou sucesso ap&oacute;s sucesso. Era amigo de Pel&eacute;, chegou at&eacute; mesmo a acreditar que poderia ser escalado para jogar com a Sele&ccedil;&atilde;o Canarinho Tri Campe&atilde; no M&eacute;xico, em 1970.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>E ent&atilde;o, da noite para o dia, em 1971, tudo ruiu. Seu nome foi envolvido em um complicado e mal explicado caso de agress&atilde;o a um contador que supostamente o havia roubado, tendo como coadjuvantes agentes dos &oacute;rg&atilde;os de repress&atilde;o ligados &agrave; ditadura, &ldquo;o pessoal do DOPS&rdquo;. De mandante de agress&atilde;o, passou a ser acusado de colaborador do regime e, pior, de delator. Pol&iacute;cia, processos, malho na imprensa, alvo do Pasquim. O astro em ascens&atilde;o caiu, tornou-se o pior entre seus pares e foi banido da m&iacute;dia, do meio art&iacute;stico, da vida em si.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Desde ent&atilde;o, ele permaneceu como um fantasma com uma senten&ccedil;a de condena&ccedil;&atilde;o perp&eacute;tua. &ldquo;Chicotes e archotes em cima do &lsquo;malandro&rsquo;&rdquo;, como disse M&aacute;rio Prata. O artista que teve coragem de cantar &quot;sim sou negro de cor&quot; no seu tributo a Martin Luter King sumiu, ningu&eacute;m sabe, ningu&eacute;m viu. At&eacute; morrer, em 2000, passou anos tentando provar sua inoc&ecirc;ncia, recolhendo documentos e atestados de que n&atilde;o colaborou com o regime, n&atilde;o dedurava e n&atilde;o delatou ningu&eacute;m. Morreu doente, triste, sua exist&ecirc;ncia e import&acirc;ncia art&iacute;stica foram negadas at&eacute; o fim. Todos foram anistiados e alguns at&eacute; indenizados: torturadores, guerrilheiros do Araguaia, jornalistas do Pasquim, menos ele.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Imagem em decad&ecirc;ncia</font></span></strong></div><div><strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’><br /></font></span></strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>O comunicador que assiste ao filme sente um frio na barriga inc&ocirc;modo, provocado pela amea&ccedil;a estampada na tela: de uma hora para outra, tudo pode ruir. Seu trabalho delicado de constru&ccedil;&atilde;o de imagem pode cair como as torres g&ecirc;meas, de maneira fulminante. No mundo corporativo foi assim com a Enron, que levou consigo para o buraco a Arthur Andersen. No Brasil, foi assim com a Ortop&eacute;, com o Banco Santos, de uma hora para outra, a &ldquo;casa caiu&rdquo;. Escaparam, por um triz, Parmalat e Bombril.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Hoje, &eacute; preciso ter em mente que dois novos fatos determinam as rela&ccedil;&otilde;es econ&ocirc;micas e sociais: a demanda por produtos &eacute;ticos e a influ&ecirc;ncia crescente dos stakeholders – grupos de interesse – nos neg&oacute;cios. Estes dois fatores aumentaram a exposi&ccedil;&atilde;o das empresas e, conseq&uuml;entemente, os riscos de reputa&ccedil;&atilde;o e imagem. A crescente consci&ecirc;ncia de sustentabilidade modifica o cen&aacute;rio dos neg&oacute;cios e imp&otilde;e mais obriga&ccedil;&otilde;es legais.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Veja um exemplo no Brasil: depois dos esc&acirc;ndalos da Enron e da Worldcom, a Comiss&atilde;o de Valores Mobili&aacute;rios (CVM) sugeriu um rod&iacute;zio de auditorias para evitar fraudes nas empresas brasileiras como as que atingiram as norte-americanas. Falhas de compliance amea&ccedil;am a reputa&ccedil;&atilde;o e a imagem de maneiras m&uacute;ltiplas. A inapet&ecirc;ncia para cumprir obriga&ccedil;&otilde;es regulat&oacute;rias e legais &eacute; um dos fatores de risco que compromete seriamente a reputa&ccedil;&atilde;o de uma empresa.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>&Eacute; neste contexto que o papel do comunicador se faz determinante. &Eacute; fundamental estar atento &agrave; import&acirc;ncia da comunica&ccedil;&atilde;o para a administra&ccedil;&atilde;o das crises. Empresas dotadas de uma estrat&eacute;gia de comunica&ccedil;&atilde;o que lhes permite reagir rapidamente e com efic&aacute;cia a acontecimentos negativos, freq&uuml;entemente, emergem de crises de reputa&ccedil;&atilde;o mais fortes. A falta de capacidade de investimento pode derrubar uma empresa, mas a falta de reputa&ccedil;&atilde;o desfere o golpe final.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Trabalhando para o futuro<br /><br /></font></span></strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Todas as organiza&ccedil;&otilde;es t&ecirc;m uma hist&oacute;ria e uma trajet&oacute;ria. A atividade da comunica&ccedil;&atilde;o organizacional n&atilde;o pode ignorar estes dois fatos: &ldquo;de onde vim e para onde quero ir&rdquo;. A intera&ccedil;&atilde;o com os diferentes p&uacute;blicos de uma organiza&ccedil;&atilde;o tem se realizado de maneira cada vez mais acelerada e a dist&acirc;ncia, de tal modo que os riscos e as vulnerabilidades das organiza&ccedil;&otilde;es, diante de leituras provavelmente equivocadas, s&atilde;o, em geral, maiores do que quando vigoravam apenas as formas tradicionais de comunica&ccedil;&atilde;o, como na era anterior &agrave; internet.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>A assessoria de comunica&ccedil;&atilde;o precisa estar sintonizada com as novas tecnologias porque elas lhes conferem a agilidade de resposta que a comunica&ccedil;&atilde;o organizacional e corporativa exige. Os avan&ccedil;os tecnol&oacute;gicos, ao mesmo tempo que desafiam o profissional de comunica&ccedil;&atilde;o &ldquo;que gosta de controlar a informa&ccedil;&atilde;o&rdquo;, abrem espa&ccedil;o para o comunicador que deseja compartilhar suas informa&ccedil;&otilde;es e n&atilde;o teme em ser transparente. </font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Incorporar as novas ferramentas tecnol&oacute;gicas ao repert&oacute;rio de jornais murais, house organs e folderes institucionais &eacute; uma quest&atilde;o de estrat&eacute;gia. O bom comunicador saber&aacute; lidar com blogs, fotologs, flickers, moblogs, wikipedias, vlogs, second, e quem sabe, third lifes. N&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel mais ignorar o poder das redes e de verdadeiras na&ccedil;&otilde;es na Internet.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Olhar para o passado</font></span></strong></div><div><strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’><br /></font></span></strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>N&atilde;o posso arriscar um palpite se todo o conhecimento que temos acumulado, nos &uacute;ltimos anos, no campo da comunica&ccedil;&atilde;o, poderia ter influenciado positivamente no desfecho da hist&oacute;ria de Simonal, pelo menos no que se refere &agrave; imagem e reputa&ccedil;&atilde;o deste artista. </font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Arrisco apenas dizer que valeria a pena ter tentado, por tudo o que o filme nos mostra: um dueto fant&aacute;stico com Sara Vaughan, o lan&ccedil;amento de &ldquo;patropi&rdquo;, a celebra&ccedil;&atilde;o da pilantragem e a marcante reg&ecirc;ncia de 30, 40 ou 50 mil pessoas num Maracan&atilde;zinho lotado.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Valeria a pena ter tentado… Deixemos que o cinema fa&ccedil;a, o que n&atilde;o temos certeza que poder&iacute;amos ter feito.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Jornal Sa&uacute;de &amp; Lazer, 26/04/2008</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Sobre o autor: M&aacute;rcia Wirth: &eacute; jornalista, especializada no assessoramento de entidades e profissionais da &aacute;rea da sa&uacute;de. Dirige a Excel&ecirc;ncia em Comunica&ccedil;&atilde;o na Sa&uacute;de.</font> </span></div>

Compartilhar:

+ NOTÍCIAS

Social

WhatsApp Image 2025-04-23 at 16.10.37 (1)

Sindicato de Atletas SP recebe visita de representantes do projeto social Meninas em Campo

Institucional

CONVITE-A4-INDIVIDUAL

Premiação A4

Institucional

B81A5860 copiar

Sindicato abre 45 vagas de trabalho para atletas acima de 23 anos e anuncia premiação da Bezinha