Redação Sapesp
Cachoeiro do Itapemirim (ES) – O Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo – SAPESP é a entidade de classe que representa e defende todo e qualquer atleta do Estado de São Paulo, seja qual for a situação ou caso ligado ao esporte. Onde houver uma injustiça, o Sindicato estará de olho e presente.
Nas últimas semanas, um novo caso que chamou a atenção da mídia paulista foi a divulgação do doping do atacante Eraldo, ex-Grêmio-SP, durante uma partida contra o Atlético Mineiro, pela Copa do Brasil. Eraldo relatou ao fisiologista do clube paulista que tinha a intenção de tomar um suplemento alimentar que continha a substância methylhexaneamine (dimethylpentylamine), que é proibida de acordo com o Regulamento de Controle de Dopagem da CBF e da Agência Mundial Anti-Dopagem (WADA, na sigla em inglês). O medicamento pode ser encontrado em descongestionante nasal e em suplementos alimentares.
Após aguardar um mês pela resposta, finalmente a comissão técnica do clube autorizou o jogador a iniciar o suplemento. "Fiquei um mês aguardando a resposta por parte do clube. Só ai me disseram que poderia tomar normalmente. Assim que passou o jogo contra o Atlético (MG) voltaram atrás dizendo para eu não tomar mais. Questionei pois haviam coletado minha urina", declarou Eraldo durante o julgamento.
Ainda segundo o camisa 9, assim que foi constatado o doping, a postura do clube mudou e a diretoria resolveu tentar encobrir o caso com outra versão. "Me disseram para mudar a versão e dizer que tomei o medicamento por conta própria. Jamais faria isso porque sei que poderia prejudicar minha carreira e não queria falar algo que não era verdade", aponta o jogador, que descansa em Cachoreiro do Itapemirim, cidade localizada a 135 quilômetros da capital Vitória, no estado do Espírito Santo.
Sem o apoio do clube e prestes a encarar até dois anos de punição pelas regras da WADA (Agência Mundial Anti-Dopagem), Eraldo ouviu de um amigo e companheiro de clube que procurar o Sindicato dos Atletas de São Paulo seria a melhor saída. "O César (volante do Gremio-SP) me disse para procurar o Sindicato, que alguns jogadores tiveram problemas e conseguiram ajuda. Foi ai que fiz o contato e graças ao trabalho maravilhoso do Mauro, do Martorelli e de todo o sindicato consegui provar minha inocência", desabafou o matador.
Enquanto descansa com a família no interior capixaba, Eraldo estuda propostas para voltar a atuar. Seu contrato com o Grêmio-SP iria até Dezembro de 2011, mas por conta do episódio acabou rescindido no início de Agosto.
BATE-BOLA
SAPESP: Como você conheceu o trabalho do Sindicato e no que ele ajudou em sua vida profissional?
Eraldo: Assim que tive o problema com o doping fiquei sem saber onde correr e um amigo que jogava comigo me indicou o Sindicato, que fez uma visita lá e conversou com os atletas. Foi então que decidi ir atrás e foi a melhor decisão que tomei naquele momento.
SAPESP: Por que?
Porque o clube virou as costas para mim, me pressionou para mudar a versão verdadeira e pude perceber que só teria apoio de verdade de pessoas ligadas ao futebol, Vencer essa batalha seria muito difícil sem o apoio do sindicato.
Você acha que os atletas podem contar com o sindicato?
Eu acho que os atletas conhecem o Sindicato mas não sabem até onde ele pode ajudar. Vou começar a aconselhar todos os amigos a fazerem o que fiz.. As visitas do Mauro no clube também estão ajudando muito na divulgação.
Você já havia passado uma situação como esta, de procurar um sindicato?
Nunca, mas fiquei surpreso com o resultado. É muito bom saber que dentro do futebol tem alguem pensando nos atletas. Nessa hora que percebemos quanto o Sindicato trabalha e ajuda nós jogadores, independente se for famoso ou não.