Das Agências
O presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Marco Polo Del Nero, anunciou ontem que os clubes que não pagarem seus jogadores em dia perderão três pontos por rodada a partir do Paulista-12. A iniciativa da federação acontece após sugestões, nos três últimos anos, do presidente do Sindicato dos Atletas de SP, Rinaldo Martorelli.
Somente neste ano, segundo Martorelli, entre dez e 12 clubes de São Paulo apresentaram problemas crônicos no pagamento dos salários.
Além de atrasos nos compromissos salariais, também serão punidas irregularidades referentes aos direitos de imagem e luvas. Mas a punição incidirá apenas sobre dívidas "novas. Não funcionará de maneira retroativa.
"Veja só o que aconteceu na Espanha. Não queremos que isso se repita por aqui", argumentou Del Nero, em alusão à greve dos jogadores causada por atrasos salariais.
"Até o ano passado, a situação vinha tranquila. Clubes atrasavam um pouco, mas depois pagavam. Neste ano, tivemos de intervir com dez, 12 clubes", afirmou Martorelli.
Entre os presidentes dos quatro grandes de São Paulo, o corintiano Andres Sanchez e o santista Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro apoiam.
"Achei ótima a ideia, até porque nunca atrasei salários desde que assumi. Salário é sagrado, e irão pensar antes de dar um passo maior do que a perna", disse Luis Alvaro.
"Sou a favor. É um bem para o futebol", afirmou Andres.
O palmeirense Arnaldo Tirone diz não estar preocupado, pois o clube paga em dia. "Esse é o nosso histórico".
O presidente são-paulino, Juvenal Juvêncio, preferiu não se pronunciar. Explicou que não fora informado, até o momento, sobre o assunto.
O Estatuto do Torcedor, que coíbe mudanças frequentes nos regulamentos, não deve ser um obstáculo, segundo o especialista em direito esportivo Eduardo Carlezzo.
"O regulamento [do Paulista] tem dois anos, então há essa abertura para mudar no terceiro ano [2012]", explica.