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Hinos antes de jogos preocupam preparadores

Folha de S.Paulo

Ignorado por boa parte das pessoas que vai a um estádio de futebol, o hino pode influenciar diretamente no resultado de uma partida.

Com o início dos Estaduais, algumas cidades obrigam a tocar, além do hino nacional, os hinos municipais ou até o do Estado antes de a bola rolar, o que atrapalha diretamente o trabalho de aquecimento dos jogadores.

Isso porque, com a extensão das composições musicais, os atletas têm de ficar perfilados muitas vezes por até dez minutos. As frequências cardíacas se reduzem com o passar do tempo, assim como a agitação, que afeta o estado emocional.

No Paranaense, por exemplo, uma lei estadual estabelece que sejam executados o hino nacional e do Estado do Paraná antes do apito inicial.

Já em Jundiaí, no interior de São Paulo, todos os jogos contra o Paulista são obrigados a ter o hino brasileiro e o da cidade como prévia.

"O aquecimento é um apronto para o jogo e ele perde a sua essência com essa paralisação. O hino é contraproducente", avalia Élio Carravetta, coordenador da preparação física do Inter.

Para ele, os hinos poderiam ocorrer antes dos exercícios e não deveriam contar com a participação dos jogadores. "Depois de dez minutos de jogo, o atleta recupera a sua preparação inicial. Mas o problema é que a partida não começa nesse tempo. O gol pode ocorrer desde o primeiro segundo", completa.

Em alguns Estaduais, há leis que substituem a obrigatoriedade do hino nacional por similares. Em Pernambuco, é executado somente o pernambucano. Já em Feira de Santana, que conta com três times na primeira divisão do Campeonato Baiano, acontece apenas o municipal.

"Logicamente que há uma queda na temperatura corporal. Mas utilizamos estratégias, como deixar os atletas agasalhados durante os hinos, para amenizar o efeito", aponta Glydiston Ananias, gerente do Centro de Excelência Esportiva do Coritiba.

Com passagem pela seleção brasileira, o preparador físico Paulo Paixão acrescenta que o cenário é mais grave em locais com temperaturas mais baixas.

"Já aconteceu fatos como demorar muito para tocar o hino e eu ter de movimentar os atletas em campo." E não é somente a condição física dos jogadores que é prejudicada com a parada obrigatória. O aspecto emocional do grupo também é abalado.

Geralmente, as equipes se reúnem nos túneis e fazem as tradicionais correntes antes de pisarem no gramado. No entanto, a energia estabelecida entre o elenco pode ser perdida com o decorrer dos hinos, segundo os críticos.

"Se a partida demora muito para começar pode causar desconcentração. Mas se o hino for rápido, pode até ser benéfico para o atleta. É nesse momento que ele mentaliza as coisas do jogo", pondera Anahy Couto, psicóloga responsável pela preparação emocional dos jogadores gerenciados pela Traffic.

LEI TIRA OBRIGAÇÃO DA EXECUÇÃO NA CAPITAL GAÚCHA

A obrigatoriedade da execução dos hinos não é adotada em todos os Regionais. Em Porto Alegre, foi aprovada uma lei no final do ano passado que determina as composições musicais apenas nos jogos de caráter internacional e da seleção.

"Minha motivação surgiu quando estava nas arquibancadas e ninguém cantava ou prestava atenção no hino. Achei que era uma banalização deste ato cívico. Um jogo de futebol não requer esse tipo de coisa", explica o vereador Alceu Brasinha (PTB-RS), autor da lei.

Já o gerente geral da federação paranaense, Luiz Antônio Gusso, ameniza as causas e afirma que os hinos não interferem no andamento das partidas. "Tocamos apenas a primeira estrofe. É rápido e não atrapalha", finaliza.

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