A Prefeitura de Santo André cedeu à pressão e, sob olhares de todo o País, assumiu – por intermédio do secretário de Comunicação, Alexssander Soares – o compromisso de regularizar e liberar o Estádio Bruno Daniel em três semanas (até o dia 8). O prazo coincide com a semana anterior ao jogo contra o Duque de Caxias, dia 20, último compromisso em casa pela primeira fase do Campeonato Brasileiro da Série C e,após tantas promessas não cumpridas pela administração sobre preços e prazos, a expectativa é que tudo seja solucionado.
Pressionada pela denúncia do programa CQC, da TV Bandeirantes, a Prefeitura se escondeu. Nem o prefeito Aidan Ravin, que anunciou a grande reforma do estádio no ano passado, tampouco o secretário ou diretor de Esportes (Carlos Roberto Panini e Almir Padalino, respectivamente) atenderam à emissora. Assim, restou ao secretário de Comunicação, sem conhecimento específico, dar o prazo de três semanas para desinterdição do estádio – vale lembrar que semanalmente o Diário questiona a Prefeitura a respeito do estádio, mas não tem resposta.
Os atuais impedimentos para liberação da praça andreense são os conflitos entre laudos de segurança e do Corpo de Bombeiros – que no site da Federação Paulista de Futebol constam como aprovados com restrições. Há duas semanas, foram encontradas infiltrações na arquibancada e funcionários da Prefeitura tentam sanar o problema desde então.
Mas o caso se estende desde março de 2010, quando a Administração assinou TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público para série de melhorias no estádio, como estrutura para deficiente (rampas e sanitários), troca de parte hidráulica, instalação de grades, para-raio etc. O prazo era de até quatro meses, mas até agosto deste ano a intervenção não foi completada.
Em maio do ano passado, o prefeito Aidan Ravin anunciou a "primeira grande reforma" do Brunão em 22 anos por R$ 7,5 milhões, iniciando pela demolição da marquise, elevação dos vestiários, estrutura para imprensa, ampliação para 16 mil lugares, visando a Copa de 2014. De fato, a cobertura do setor de cadeiras foi ao chão, mas as obras pararam quatro meses depois e os escombros persistiram até julho.
A maior parte do material – ferros e concreto – foi retirada e, segundo a Prefeitura, reaproveitada em obras públicas – como pavimentação de vias. No entanto, ao invés de consertar os degraus danificados pela queda da estrutura, a administração decidiu aterrar e fazer um gramado para esconder parte da história andreense.
Vitória altera previsão matemática de queda ramalhina para 25,5%
A vitória de sábado sobre o Madureira mudou as probabilidades matemáticas do Santo André no Campeonato Brasileiro da Série C. Pelo menos nas previsões do site Chance de Gol, do estatístico Marcelo Leme de Arruda. Se na semana passada a chance de queda para a Série D era de 45,9%, caiu agora para 25,5% após o triunfo por 1 a 0. O rival carioca aparece com 69,8% de risco de queda e o Tupi, com 93,6%.
Para o diretor de futebol Sérgio do Prado, porém, os números seguem como chute. "Não os classifico como matemáticos. Estão mais para adivinhos. É impossível fazer cálculos com tantos pontos em disputa. Deveriam se organizar por outra loteria esportiva, a chutemania", cutucou o dirigente.