<div><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>Ontem, quarta-feira, dia 23, acorreu mais um episódio que consolida a imagem do dirigente brasileiro. O racha no Clube dos 13 promovido inicialmente pelo SC Corinthians Pta. e seguido, posteriormente, pelos outros quatro grandes clubes do Rio de Janeiro evidencia que não há preocupação com a organização do futebol, também com o negócio futebol, porque fragiliza seu fortalecimento financeiro. </span></div><div> </div><div><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>E o que haveria por trás disso?</span></div><div> </div><div><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>Primeiro, a falta de uma filosofia de crescimento coletivo, que é um grande equívoco. Pleitear para si melhores fatias do produto financeiro gerado por meio da venda dos direitos de televisão com base num maior número de torcedores – maior torcida, consequentemente motivo de maior audiência, em detrimento de outros clubes supostamente menores evidencia certa soberba e frustra o sentido coletivo, situação que poderia resultar maiores ganhos para todos.</span></div><div> </div><div><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>Há um grande risco nessa aposta de se negociar individualmente, caso os chamados clubes pequenos – leia-se com menores torcidas e menores índices de audiência, se reúnam e resolvam não participar nas transmissões o número de jogos a serem transmitidos cairiam pela metade e aí as emissoras não conseguem pagar aquilo que os grandes clubes acham que valem. Seria um grave erro.</span></div><div> </div><div><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>Essa história de andar sozinho já acontece na Espanha que somente faz com que dois clubes disputem a ponta do campeonato. A pergunta que fica é: até quando o futebol espanhol vai agüentar? Até quando os torcedores dos clubes que não sejam Real Madri e Barcelona manterão interesse pela competição?</span></div><div> </div><div><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>Ainda assim os dois clubes espanhóis andam na contramão do bom senso.</span><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>Segundo Erich Beting em seu blog (<a target=’_blank’ href=’http://negociosdoesporte.blog.uol.com.br/arch2011-02-20_2011-02-26.html’><span style=’COLOR: #333333; TEXT-DECORATION: none; text-underline: none’>http://negociosdoesporte.blog.uol.com.br/arch2011-02-20_2011-02-26.html</span></a>): “Nos últimos anos, o futebol europeu foi recomendado pela União Européia a adotar a venda coletiva de direitos de transmissão”. Em meio à discussão sobre monopólio, abuso de poder econômico, formação de cartel, etc., a UE decidiu que o melhor para os clubes do continente era justamente “adotar o modelo brasileiro”. </span></div><div> </div><div><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>(…) Ao exigir que a venda seja coletiva, o sistema impede que um clube seja economicamente dominante sobre o outro. É esse o princípio, por exemplo, que dita a regra nas ligas americanas, ainda o melhor modelo a ser olhado e adaptado para a realidade nacional. Só por curiosidade, a NFL, liga de futebol americano, não produziu, em sua história, um tricampeão seguido. Sempre há rotatividade entre os campeões, o que significa que todo torcedor pode sonhar em ver seu time vencer e, assim, consumir mais o produto futebol americano". <br /><br /></span></div><div><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>Por isso há que se resguardar a negociação coletiva dos direitos de televisão, ainda com mais espaço para aqueles chamados pequenos. Lógico que esses para ganhar espaço precisam enfrentar a situação com mais valentia, não adianta se curvar à agressividade dos mais fortes. O equilíbrio, na grande maioria das vezes, se conquista com trabalho, com negociações equilibradas e consciência do que se pode pedir, raro vê-lo brotar inesperadamente.<br /><br /></span></div><div><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>Somente a negociação coletiva será capaz de evitar o egoísmo mesquinho e evitar que nosso futebol atinja um nível aflitivo de discrepâncias financeiras que poderão resultar em grande descaso daqueles que se sintam sem condição de ver seus clubes brigando pelo título de campeão. <br /><br /></span><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>Os clubes existem porque há torcedores consumidores. <br /><br /></span></div><div><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’>Seria bom que houvesse uma reflexão profunda a respeito dessa simples frase. </span></div><div><strong><span style=’COLOR: black; FONT-SIZE: 10pt’><br />Da Diretoria do Sapesp</span></strong></div><div> </div>