<div><font face=’Verdana’ size=’2′>O comportamento de Dunga, ex-técnico da seleção brasileira, durante partida pelas eliminatórias da Copa-2010, contra o Chile, vai obrigar a CBF a indenizar dois torcedores baianos em R$ 20.400. A decisão é da juíza Luislinda Valois, da 18ª Vara de Substituições de Salvador, que publicou a sentença na tarde desta quinta-feira. <br /><br />Ricardo Pereira dos Santos e Valdimário Souza Malta decidiram entrar com uma ação de reparação de danos sob a alegação de que se sentiram ofendidos com o tratamento "áspero, grosseiro e inconveniente, inclusive com palavras de baixo calão e gestos obscenos" do então treinador do Brasil. <br /><br />No triunfo por 4 a 2 sobre os chilenos, em 9 de setembro do ano passado, câmeras de TV flagraram Dunga revoltado com a torcida presente ao estádio de Pituaçu. <br /><br />"Tomei por base o Código de Defesa do Consumidor e o Estatuto do Torcedor, além de fazer uma pesquisa junto a membros da sociedade civil de vários Estados sobre a conduta do réu, e todos discordaram daquelas atitudes. Enveredei por esse lado e, diante das provas que estavam no autos, achei por bem condenar a CBF, pois naquele caso ele funcionava como preposto dela", disse à Folha a juíza – famosa na cidade por ter sido a primeira negra a assumir tal posto no Brasil. <br /><br />Ela, que é titular do Juizado de Defesa do Consumidor da Faculdade Unijorge, para onde o processo foi encaminhado, resolveu dividir o valor em 50% para cada um dos autores. "Teve defesa, a confederação contestou o fato e até foi tentada uma conciliação", acrescentou, antes de finalizar: "Nos dias de hoje, não se admite uma coisa dessas e, justamente por ser o comandante da equipe nacional, deveria dar o exemplo, ter um melhor equilíbrio emocional. As Nações Unidas advogam que o esporte deve unir os povos e promover a paz, e não o contrário". <br /><br />Cabe recurso à decisão. <br /><br />Procurada, a assessoria de comunicação da CBF alegou que, como o departamento jurídico da entidade ainda não foi notificado, não poderia se manifestar a respeito do assunto. A partir daí, passaria o seu "pronunciamento oficial". </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Por Nelson Barros Neto<br />Folha de S. Paulo, 06/08/2010</font></div>