<div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>As consequências positivas da escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 hão que ser analisadas sob duas perspectivas distintas, das quais, basicamente, apenas uma tem sido objeto da atenção dos especialistas.</font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Os Jogos colocaram as inexcedíveis potencialidades do Rio de Janeiro como pólo receptor de turismo internacional, de lazer ou de negócios, numa vitrine privilegiadíssima durante os sete anos vindouros. É uma conquista de enormes repercussões na área econômica da qual, com planejamento adequado e investimentos suficientes, o País poderá obter ganhos extraordinários e duradouros. </font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Até por força dos padrões rigorosos do Comitê Olímpico Internacional, no tocante ao cronograma de providências necessárias, os Jogos criam, igualmente, ainda que a custos muitíssimo elevados, a perspectiva de se equacionar os problemas que a Cidade Maravilhosa herdou da grande reforma urbanística do início do século XX, nunca enfrentados com recursos e energia suficientes.</font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>O bota abaixo, graças ao qual o prefeito Pereira Passos baniu das áreas centrais moradias sem padrões aceitáveis de habitabilidade, gerou um efeito colateral: a ocupação predatória de morros e encostas; uma longa e triste história de deslizamentos, soterramentos e núcleos de difícil acesso nos quais o governo é exercido por forças muito diferentes da Prefeitura ou do governo fluminense. Extinguir esses governos paralelos, de milícias e comandos, e unificar, enfim, a cidade, é um dos resultados correlatos que se espera dos Jogos de 2016.</font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Há, entretanto, outra vertente de possibilidades que, diferentemente da daquela, não está totalmente associada à condição do Rio de Janeiro como Cidade Olímpica e, por isso, interessa mais diretamente aos brasileiros de todos os quadrantes do País. É a conversão do Brasil numa potência olímpica, que passa pela universalização de uma política de apoio ao esporte.</font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>A História do Brasil cruzou com a das Olimpíadas, pela primeira vez, em 1920, nos Jogos de Antuérpia, na Bélgica, a que comparecemos com uma equipe de 22 atletas. Parte destes, oficiais do Exército, treinando com pistolas emprestadas pelos americanos, conquistaram três medalhas nas provas de tiro. Um deles, Guilherme Paraense, obteve o nosso primeiro ouro.</font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Essa proporção, de um pódio para cada grupo de sete atletas, nunca foi superada nos Jogos Olímpicos que se seguiram. É um fato tanto mais lastimável quando se considera que um objetivo básico das Olimpíadas é o de ampliar os limites do desempenho humano. </font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Isso não que dizer que não tenhamos melhorado nossa presença nas quadras, piscinas e pistas. O problema é que, nesse mesmo tempo, atletas de outros países o têm feito em ritmo mais rápido que o nosso. </font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 garantem ao Brasil, país sede, a possibilidade de concorrermos em todas as modalidades. Para que a nossa participação seja efetiva e não meramente simbólica, o País terá de formatar, para a área do esporte, uma política ambiciosa com a qual até agora sequer ousamos sonhar. </font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>É indispensável uma substancial ampliação das competições massivas, para revelar milhares de possíveis valores a serem burilados e levados ao nível olímpico. </font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Em paralelo, há que se estruturar um grande programa de especialização de professores de Educação Física, para transformá-los em treinadores de primeira linha; construir centros de excelência esportiva em diferentes pontos do País e multiplicar as oportunidades de nossos atletas de participarem de um maior número de competições de alta qualidade. </font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Esta última medida é essencial particularmente para a formação de competidores nos esportes individuais, em que não há chance de recuperação e uma falha põe a perder um esforço de quatro anos. </font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Em 2016, os brasileiros não querem ser meros espectadores de vitórias de outros países. Quanto possível, gostariam de repetir a façanha chinesa em Pequim, arrebatando a maioria dos pódios. Sem algo que ao menos fique perto disso, os Jogos tendem a converter-se numa outra "grande ilusão do Carnaval", em que se trabalha muito, “pra tudo se acabar na quarta-feira”. </font></div><div style=’MARGIN: 0cm 0cm 10pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Por Antonio Carlos Pannunzio<br />Deputado federal, membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), foi líder de bancada e presidente do Diretório Estadual do PSDB/SP.</font></div>