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Juiz do Rio livra jornalista de indenizar a CBF

<div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>O jornalista Juca Kfori est&aacute; livre de indenizar a Confedera&ccedil;&atilde;o Brasileira de Futebol por causa de uma nota sobre doa&ccedil;&atilde;o eleitoral. Em seu blog, em 2002, ele criticou a doa&ccedil;&atilde;o de R$ 100 mil feita pela CBF aos senadores Delc&iacute;dio Amaral (PT-MS) e Renan Calheiros (PMDB-AL). Para o juiz Carlos Alfredo Flores da Cunha, da 4&ordf; Vara C&iacute;vel do Rio de Janeiro, &ldquo;esta investida da CBF beira a litig&acirc;ncia de m&aacute;-f&eacute;, isto sim! J&aacute; soa estranho a qualquer um o fato de ter a CBF doado dinheiro para as campanhas eleitorais de dois senadores&rdquo;, escreveu.<br /><br /></font></span><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>O juiz disse ainda que, embora se trate de entidade privada, a CBF &eacute; respons&aacute;vel pelo destino do futebol brasileiro, &ldquo;e o futebol n&atilde;o tem dono&rdquo;.&nbsp;O jornalista n&atilde;o pode ser condenado por noticiar fato verdadeiro e por sua manifesta&ccedil;&atilde;o no exerc&iacute;cio leg&iacute;timo de informa&ccedil;&atilde;o e cr&iacute;tica, de acordo com a decis&atilde;o. Cabe recurso.<br /><br /></font></span><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>A CBF argumentou que Juca Kfouri insinuou aos leitores que a doa&ccedil;&atilde;o para a campanha dos senadores foi feita de forma irregular. No entanto, deixou de mencionar em seu post que as doa&ccedil;&otilde;es de campanha s&atilde;o legais e passam pelo crivo da Justi&ccedil;a Eleitoral.<br /><br /></font></span><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>A defesa do jornalista, feita pelo escrit&oacute;rio Rodrigues Barbosa, Mc Dowell de Figueiredo, Gasparian &mdash; Advogados, afirmou que o processo foi mais uma investida da CBF e de seu presidente Ricardo Teixeira para intimid&aacute;-lo. Segundo os advogados, existem diversas a&ccedil;&otilde;es da entidade contra Juca Kfouri. A CBF argumentou que o jornalista empreende cruzada pessoal contra a entidade e Ricardo Teixeira.<br /><br /></font></span><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>A doa&ccedil;&atilde;o foi descoberta pela Pol&iacute;cia Federal nas investiga&ccedil;&otilde;es da Opera&ccedil;&atilde;o Navalha, que desmantelou um esquema de fraude em licita&ccedil;&otilde;es. A empreiteira Gautama estaria no centro do grupo de acusados e nessa &eacute;poca doou ao senador Delc&iacute;dio Amaral, R$ 24 mil.<br /><br /></font></span><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Para o juiz (leia a senten&ccedil;a no final do texto), o jornalista s&oacute; quis chamar a aten&ccedil;&atilde;o do leitor para a forma como a CBF administra o seu dinheiro e o pr&oacute;prio futebol brasileiro. Da leitura do texto, disse, n&atilde;o foi preciso muito esfor&ccedil;o para concluir que Juca&nbsp;Kfouri n&atilde;o ofendeu a honra da Confedera&ccedil;&atilde;o. Ele observou que a entidade n&atilde;o contestou as doa&ccedil;&otilde;es.<br /><br /></font></span><font face=’Verdana’><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’>Para o juiz, futebol &eacute; coisa s&eacute;ria, uma guerra do bem, &ldquo;que n&atilde;o destr&oacute;i, s&oacute; constr&oacute;i&rdquo;. Ele ressalta que o esporte &eacute; o maior produto de exporta&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s, o que gera muito dinheiro. Portanto, pouco importa a natureza jur&iacute;dica da CBF, deve ser gerida com seriedade, administrada com transpar&ecirc;ncia, &ldquo;como se fosse uma institui&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica&rdquo;.<br /><br /></span><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’>Na senten&ccedil;a, o juiz reconheceu a cr&iacute;tica feita nas entrelinhas por Juca Kfouri, mas concluiu que n&atilde;o pode ser responsabilizado por contar aos leitores um fato real. A CBF ter&aacute; de pagar R$ 8 mil de honor&aacute;rio de sucumb&ecirc;ncia.</span></font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><br /><a target=’_blank’ href=’file:///C:/Arquivos%20de%20programas/Arquivos%20comuns/Microsoft%20Shared/Papel%20de%20carta/#autores’><span style=’COLOR: #555555; TEXT-DECORATION: none; text-underline: none’><font face=’Verdana’>Por Lilian Matsuura</font></span></a></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Consultor Jur&iacute;dico, 26/06/2009</font></span></div><div><strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><br /><font face=’Verdana’>Leia a senten&ccedil;a</font></span></strong></div><div><strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><br /><font face=’Verdana’>ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICI&Aacute;RIO</font></span></strong></div><div><strong><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>COMARCA DA CAPITAL REGIONAL BARRA DA TIJUCA JU&Iacute;ZO DA 4&ordf; VARA C&Iacute;VEL</font></span></strong></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Processo n&ordm; 2007.209.007825-2</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>S E N T E N &Ccedil; A: CONFEDERA&Ccedil;&Atilde;O BRASILEIRA DE FUTEBOL ajuizou a&ccedil;&atilde;o indenizat&oacute;ria de rito ordin&aacute;rio em face de JOS&Eacute; CARLOS AMARAL KFOURI (nome profissional JUCA KFOURI), alegando que o R&eacute;u, conhecido e experiente jornalista, mant&eacute;m no site &ldquo;uol esporte&rdquo; o &ldquo;Blog do Juca&rdquo;, no qual veicula suas opini&otilde;es acerca de diversos assuntos ligados ao esporte nacional, tendo no dia 26 de maio de 2007 publicada nota intitulada Navalha na bola, com o seguinte texto: &ldquo;N&atilde;o bastasse o Senador Delc&iacute;dio Amaral, agora um peixe ainda maior cai na rede da onda causada pela &ldquo;Opera&ccedil;&atilde;o Navalha&rdquo;: o Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Amaral e Calheiros receberam da CBF, em 2002, R$ 100 mil reais cada um para suas campanhas eleitorais. E foram os grandes respons&aacute;veis pela aproxima&ccedil;&atilde;o de Ricardo Terra Teixeira com o Presidente Lula, que n&atilde;o gostava do cartola e n&atilde;o fazia nenhuma quest&atilde;o de esconder. A &ldquo;bancada da bola&rdquo; &eacute; mesmo uma bola. N&atilde;o h&aacute; esc&acirc;ndalo no pa&iacute;s que atinja seus membros. Quando tem empreiteira no meio, ent&atilde;o…&rdquo;</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Tal nota lan&ccedil;ada no blog teve como pano de fundo doa&ccedil;&atilde;o feita pela CBF ao Senador Renan Calheiros. Fica claro que o R&eacute;u tenta relacionar a CBF &agrave; empreiteira Gautama, alvo da &ldquo;opera&ccedil;&atilde;o navalha&rdquo; da Pol&iacute;cia Federal, insinuando para os leitores que a Autora teria doado, de forma irregular, dinheiro para a campanha eleitoral do Senador Renan Calheiros. Esqueceu-se o R&eacute;u de esclarecer que doa&ccedil;&otilde;es de campanha s&atilde;o legais e passam pelo crivo da Justi&ccedil;a Eleitoral. Quis o R&eacute;u com essas insinua&ccedil;&otilde;es colocar em d&uacute;vida a reputa&ccedil;&atilde;o da Autora e causar-lhe toda a sorte de problemas institucionais.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Desta forma, postula a Autora a condena&ccedil;&atilde;o do R&eacute;u ao pagamento de indeniza&ccedil;&atilde;o por danos morais. A peti&ccedil;&atilde;o inicial veio instru&iacute;da com o texto questionado. Citado, o R&eacute;u ofereceu contesta&ccedil;&atilde;o, afirmando inicialmente que o pedido formulado nesta a&ccedil;&atilde;o &eacute; infundado, tratando-se de mais uma investida da CBF e de seu presidente Ricardo Teixeira no intuito de intimid&aacute;-lo. Existem diversas a&ccedil;&otilde;es ajuizadas pela CBF e por Ricardo Teixeira em face do R&eacute;u, que tem combatido em sua carreira com determina&ccedil;&atilde;o todo e qualquer fato que se relacione &agrave; corrup&ccedil;&atilde;o, suborno e outras mazelas que infelizmente tamb&eacute;m atingem o mundo do esporte. O interesse do R&eacute;u &eacute; fazer prevalecer, n&atilde;o s&oacute; no esporte, mas em toda a sociedade, o compromisso s&eacute;rio com a &eacute;tica e com os interesses da popula&ccedil;&atilde;o. E &eacute; sabido que h&aacute; anos o R&eacute;u incomoda a dire&ccedil;&atilde;o da CBF em raz&atilde;o de sua atua&ccedil;&atilde;o cr&iacute;tica e corajosa.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Sobre o caso dos autos, aduziu o R&eacute;u n&atilde;o ter ofendido a Autora. N&atilde;o h&aacute; qualquer ofensa no relato objetivo de um fato verdadeiro. As doa&ccedil;&otilde;es foram feitas e o Senador Renan Calheiros caiu na rede da Opera&ccedil;&atilde;o Navalha, que visou desmantelar o esquema de fraudes em licita&ccedil;&otilde;es de dimens&otilde;es impressionantes, supostamente comandado pela empreiteira Gautama, levando &agrave; pris&atilde;o v&aacute;rias autoridades. Descobriu-se que o Senador Delc&iacute;dio Amaral recebeu R$24.000,00 da referida empreiteira, havendo sido citado o nome do Senador Renan Calheiros na referida investiga&ccedil;&atilde;o realizada pela Pol&iacute;cia Federal. No texto jornal&iacute;stico publicado no seu blog, o R&eacute;u se limitou a mencionar o fato de que a CBF doou R$100.000,00 &agrave; campanha dos referidos Senadores. N&atilde;o foi afirmado nem sugerido que a doa&ccedil;&atilde;o fosse ilegal ou que o dinheiro doado teria origem ilegal. Tais ila&ccedil;&otilde;es decorrem de interpreta&ccedil;&atilde;o fantasiosa.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Fato &eacute; que a CBF, entidade m&aacute;xima do futebol brasileiro, que exerce fun&ccedil;&atilde;o de n&iacute;tida natureza e interesse p&uacute;blicos, realizou doa&ccedil;&atilde;o vultosa &agrave; campanha dos Senadores cujos nomes estiveram envolvidos em investiga&ccedil;&atilde;o de fraude. A men&ccedil;&atilde;o a tal fato, cuja veracidade &eacute; incontroversa, atende ao interesse p&uacute;blico de livre circula&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es. Pretendeu o R&eacute;u &uacute;nica e exclusivamente chamar a aten&ccedil;&atilde;o do p&uacute;blico leitor acerca da forma como a CBF administra suas verbas e o pr&oacute;prio futebol brasileiro que, como &eacute; sabido, envolve cifras milion&aacute;rias.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Salienta o R&eacute;u ter agido no exerc&iacute;cio regular da atividade de imprensa, n&atilde;o podendo responder por interpreta&ccedil;&otilde;es fantasiosas. Lembrou o R&eacute;u que a CBF e o presidente Ricardo Teixeira tiveram suas condutas examinadas por duas Comiss&otilde;es Parlamentares de Inqu&eacute;rito instauradas pela C&acirc;mara dos Deputados e pelo Senado Federal sobre irregularidades na administra&ccedil;&atilde;o do futebol brasileiro. O futebol &eacute; patrim&ocirc;nio cultural imaterial, merecendo prote&ccedil;&atilde;o contra aqueles que nele enxergam apenas possibilidades de lucros desmedidos. E como resultado de tais CPI’s, foram requeridos in&uacute;meros indiciamentos e provid&ecirc;ncias de natureza fiscal e penal. Logo, o coment&aacute;rio feito pelo R&eacute;u bem demonstra sua opini&atilde;o acerca da forma como a CBF administra o futebol brasileiro e seu vultoso or&ccedil;amento, consubstanciando, portanto, l&iacute;cito e leg&iacute;timo exerc&iacute;cio de cr&iacute;tica jornal&iacute;stica. A Autora manifestou-se em r&eacute;plica, destacando que o R&eacute;u empreende cruzada pessoal contra a CBF e seu atual presidente, em seu blog, em seus pronunciamentos na televis&atilde;o e na R&aacute;dio CBN. Nenhuma outra prova foi produzida. Feito o relat&oacute;rio, passo a DECIDIR.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>&Eacute; cedi&ccedil;o que a pessoa jur&iacute;dica pode sofrer dano moral (S&uacute;mula 227 do STJ), mas isto n&atilde;o ocorreu, com certeza, no caso sub examen. N&atilde;o &eacute; preciso grande esfor&ccedil;o para se concluir que o R&eacute;u n&atilde;o ofendeu de qualquer modo a honra objetiva da Confedera&ccedil;&atilde;o Brasileira de Futebol. Com uma simples e r&aacute;pida leitura do texto jornal&iacute;stico questionado se verifica que a &uacute;nica men&ccedil;&atilde;o feita &agrave; CBF diz respeito &agrave;s doa&ccedil;&otilde;es de cem mil reais que a entidade m&aacute;xima do nosso futebol realizou em benef&iacute;cio das campanhas eleitorais dos Senadores Delc&iacute;dio Amaral e Renan Calheiros. Apenas isso. E essas doa&ccedil;&otilde;es n&atilde;o foram contestadas pela Autora. Aconteceram de fato. Portanto, como pode a Autora pretender responsabilizar o jornalista pela divulga&ccedil;&atilde;o de fatos reais? Esta investida da CBF beira a litig&acirc;ncia de m&aacute;-f&eacute;, isto sim! J&aacute; soa estranho a qualquer um o fato de ter a CBF doado dinheiro para as campanhas eleitorais de dois Senadores. A CBF &eacute; uma associa&ccedil;&atilde;o de direito privado, de car&aacute;ter desportivo, dirigente do futebol brasileiro. Embora se trate de entidade privada, a CBF &eacute; respons&aacute;vel pelos destinos do futebol brasileiro, e o futebol n&atilde;o tem dono. O futebol n&atilde;o &eacute; da CBF e de seus dirigentes, t&atilde;o-somente. O futebol &eacute; de todos n&oacute;s, &eacute; do Brasil e &eacute; do mundo. O futebol &eacute; uma maravilha, uma bela cria&ccedil;&atilde;o dos ingleses! E futebol &eacute; coisa s&eacute;ria, desperta sentimentos agudos, paix&otilde;es. &Eacute; a rivalidade sadia que o homem inventou para expressar sua virilidade. &Eacute; a guerra do bem, que n&atilde;o destr&oacute;i, s&oacute; constr&oacute;i, que n&atilde;o deixa mortos e feridos. Esporte completo, sin&ocirc;nimo de sa&uacute;de, habilidade e for&ccedil;a. Repito: n&atilde;o tem dono! E &eacute; por conta dessa for&ccedil;a e dessa magia que o futebol movimenta muito dinheiro, gerando riqueza. Pouco importa a natureza jur&iacute;dica da Autora, de entidade privada, pois dita associa&ccedil;&atilde;o lida com um patrim&ocirc;nio do povo brasileiro. O futebol brasileiro &eacute; o maior produto de exporta&ccedil;&atilde;o deste pa&iacute;s. Logo, deve ser gerido com seriedade e austeridade, administrado com transpar&ecirc;ncia, como se fosse uma institui&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica. Seus recursos devem ser empregados em prol do desporto e em a&ccedil;&otilde;es sociais, como fazem diversos clubes neste pa&iacute;s.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Nesse contexto, fica realmente dif&iacute;cil compreender o sentido dessas doa&ccedil;&otilde;es de vultosas quantias a determinados pol&iacute;ticos. E n&atilde;o interessa a este debate se as doa&ccedil;&otilde;es foram feitas sem viola&ccedil;&atilde;o da lei. N&atilde;o &eacute; este o cerne da discuss&atilde;o. Sendo assim, foi a pr&oacute;pria CBF que, com a sua conduta, deu margem &agrave; veicula&ccedil;&atilde;o da not&iacute;cia e aos coment&aacute;rios cr&iacute;ticos feitos pelo jornalista Juca Kfouri em seu blog. Ali&aacute;s, o R&eacute;u revelou que foram instauradas CPI’s em Bras&iacute;lia no intuito de se apurar desvios e irregularidades na administra&ccedil;&atilde;o do futebol brasileiro, com o exame de atos praticados pela CBF, que resultaram em indiciamentos e na ado&ccedil;&atilde;o de diversas provid&ecirc;ncias de natureza fiscal e penal em face dos envolvidos, n&atilde;o tendo a Autora negado a ocorr&ecirc;ncia de tais fatos em seu pronunciamento acerca da contesta&ccedil;&atilde;o.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Cumpre acrescentar que o R&eacute;u n&atilde;o afirmou em sua nota que tais doa&ccedil;&otilde;es seriam ilegais ou que o dinheiro doado teria origem il&iacute;cita. A nota jornal&iacute;stica em apre&ccedil;o n&atilde;o cont&eacute;m ataque &agrave; institui&ccedil;&atilde;o demandante. N&atilde;o se extrai de seu conte&uacute;do a inten&ccedil;&atilde;o deliberada do R&eacute;u de denegrir gratuitamente a imagem e a credibilidade da CBF. H&aacute; sim, nas entrelinhas, uma veemente cr&iacute;tica &agrave; administra&ccedil;&atilde;o da entidade, baseada em fatos reais. O R&eacute;u n&atilde;o pode ser responsabilizado pelo relato de fato verdadeiro, incontroverso, por sua manifesta&ccedil;&atilde;o no exerc&iacute;cio leg&iacute;timo de informa&ccedil;&atilde;o e cr&iacute;tica jornal&iacute;stica. Existe um interesse social pela not&iacute;cia. Se &eacute; certo que devemos repudiar e combater todo e qualquer abuso de jornalistas que violam a liberdade e a honra de terceiros, de outro lado existe a necessidade de se preservar uma imprensa livre para a manuten&ccedil;&atilde;o da democracia. A imprensa exerce papel fundamental na vida de um pa&iacute;s livre e democr&aacute;tico, e &eacute; atrav&eacute;s dela, do jornalismo investigativo, que muitos il&iacute;citos praticados v&ecirc;m &agrave; tona.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>N&atilde;o vislumbra este Ju&iacute;zo no texto de autoria do R&eacute;u, desvio ou excesso na informa&ccedil;&atilde;o veiculada, de modo a caracterizar um comportamento ofensivo, que atente contra a honra objetiva da entidade m&aacute;xima do futebol brasileiro. Em tais circunst&acirc;ncias, JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado na inicial, resolvendo o m&eacute;rito na forma do artigo 269, inciso I do CPC.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Face &agrave; sucumb&ecirc;ncia, condeno a Autora ao pagamento das custas processuais e dos honor&aacute;rios advocat&iacute;cios que arbitro em R$8.000,00 (oito mil reais). P.R.I.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Rio de Janeiro, 23 de junho de 2009.</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>Carlos Alfredo Flores da Cunha </font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt; COLOR: black’><font face=’Verdana’>JUIZ DE DIREITO</font></span></div>

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