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Caso Adriano – Inter de Milão: triste realidade do futebol brasileiro

O desfecho do caso do jogador Adriano com seu clube italiano, a Inter de Milão, descortina também outro lado da mazela reinante em nosso futebol que não pode passar em branco.

Vem de encontro ao que a grande maioria dos amantes do futebol já conhece; menino pobre que sobe repentinamente na vida, que sem preparo emocional algum se perde na profissão, com participações dentro do campo de jogo aquém do esperado e começa a descer muito antes do que se poderia prever.

Mas, há questões importantes que precisam ser debatidas neste triste episódio.
 
Está acontecendo com o Adriano o que já aconteceu com vários outros e permanecerá acontecendo – talvez Garrincha tenha sido o maior exemplo. E tudo isso fruto de uma estrutura que desdenha do potencial humano e há muito tempo se preocupa apenas com o lucro que dele pode ser extraído.
Qual a preocupação dos clubes em verdadeiramente formar o cidadão? (Sem hesitar) Nenhuma.
 
Ainda mais num contexto que todos conhecem; os meninos que se propõe a seguir no esporte vêm da mais baixa camada social sem ter um mínimo de condição de se manter, com dignidade, sozinho.
 
Nesta esfera o clube poderia ser um valioso instrumento de ajuda. Manter nas categorias de base profissionais capacitados para darem aos garotos a condição intelectual e emocional que eles necessitam para a vida seria o ideal, e não apenas possibilitar que eles tenham acesso ao campo de jogo que é muito pouco para quem vive reivindicando mais e mais indenização “por formar o jogador”.
 
O problema que Adriano apresenta não ficou claro, mas, é certo que é alguma coisa associada aos seus “afazeres extra campo”, aí, exatamente aí é o espaço que falta a formação humana desejada.

O procurador do jogador (Gilmar Rinaldi) disse, com todas as letras, que ele abriu mão de 8 milhões de euros, isso mesmo, o número não está equivocado, para deixar de cumprir o restante de seu contrato que é de um ano e meio com uma naturalidade que é de deixar-nos perplexos. Será que o Adriano sabe o que isso pode representar para sua vida? Absolutamente, não.
 
O jogador tem idéia do que essa quantidade de dinheiro vale para um trabalhador de nosso país? Também não. Aliás, quantos trabalhadores têm a condição de ganhar essa quantia em toda sua vida de labuta? Essa não merece resposta.
 
Não dá para deixar de comentar outro ponto nisso tudo. Qual é a participação ativa e produtiva do procurador na vida do jogador? Nenhuma. Dá-nos a impressão que estes somente estão presentes na hora de negociar os contratos e o pior é que o jogador acredita piamente em tudo o que eles dizem. É, isto que acontece constantemente, este caso do Adrino é mais um entre muitos.
 
Lógico que os procuradores não vão se indispor com seus representados, se não correm o risco de ficarem sem o seu maior ganha pão, e assim, prestam um desserviço ao esporte.
 
Imagina se o procurador do Adriano iria dizer a ele, com a gravidade que o caso requer, da necessidade no cumprimento do contrato e de uma extrema mudança de postura pessoal para que sua carreira não seja encerrada precocemente com conseqüências horrorosas para sua vida, e que só ele, Adriano, pode ser responsável por essa retomada.
 
Poderia ainda, buscar ajuda de profissionais, já que o Flamengo não o fez quando de sua “formação”, para um suporte emocional e intelectual que lhe dê o equilíbrio necessário no momento e respalde o restante de sua vida profissional, e que possa assim lhe propiciar um pós carreira sem nenhum trauma.
 
A realidade é triste, mas nós não perdemos a esperança de ver as coisas melhorarem porque trabalhamos diariamente para que isso aconteça.
 
Rinaldo J. Martorelli
Presidente do Sapesp 
 
 

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