<font face=’Verdana’ size=’2′>Após eleição, deputados e senadores ligados à CBF perdem espaço, mas aliados dos clubes se reelegem ao Congresso.<br />Políticos contrários ao lobby da bola conseguem votação expressiva e já prometem fiscalizar o processo de candidatura à Copa-2014.<br />A Copa do Mundo-2014, que tem o Brasil como candidato, será o principal tema esportivo a ser discutido no Congresso e no Executivo. Essa é a avaliação de cartolas e de deputados inimigos da bancada da bola após a eleição de domingo.<br />No pleito, a CBF perdeu a maioria dos parlamentares que financiou em 2002. Mas os clubes mantiveram aliados.<br />Terão duro embate. Isso porque tiveram votações significativas os políticos inimigos dos cartolas: os deputados Sílvio Torres (PSDB-SP), Rodrigo Maia (PFL-RJ) e o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).<br />Na maioria dos casos, a posição favorável ou contrária aos cartolas do futebol teve pouca influência na eleição. Mas pesará na postura no Congresso.<br />"Terei olho clínico para essa questão da Copa do Mundo. Acho que a discussão tem que ser ampla e a organização não pode ficar concentrada na CBF", diz Sílvio Torres, que proporá criação de comissão no Congresso para fiscalizá-la.<br />Ele é aliado do candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), que não conversou com a CBF na campanha. O segundo turno foi ruim para a CBF, que tem o presidente Lula alinhado a seu projeto. A confederação doou dinheiro ao PT.<br />Se o presidente for reeleito, Agnelo Queiroz (PC do B-DF), que é aliado dos cartolas e perdeu eleição ao senado em Brasília, é candidato a retornar ao Ministério do Esporte.<br />No legislativo, restaram poucos políticos financiados pela CBF em 2002. Delcídio Amaral (PT-MS) e o Leonardo Quintanilha (PC do B-TO) perderam para governador; Hugo Napoleão (PFL-PI), para senador.<br />Na Câmara, sobraram Darcísio Perondi (PMDB-RS) e José Rocha (PFL-BA), mas outros quatro deputados estão fora, como Pedro Canedo (PP-GO), relator da redação da Timemania, que favoreceu clubes.<br />Irmão de Darcísio, o vice da CBF para Região Sul, Edmídio Perondi, acha que a discussão da Copa deve chegar ao Congresso. "A economia do Brasil sustenta a Copa. É só investirem o que roubaram", conta ele, que apoia Alckmin, mostrando que cartolas se dividem nos partidos.<br />Entre os ligados aos clubes, há membros da esquerda e da direita. Redatores de legislação esportivas, Deley (PV-RJ) e Gilmar Machado (PT-MG) têm a simpatia dos cartolas.<br />Já os deputados Beto Albuquerque (PSB-RS), Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), José Otávio Germano (PP-RS), Marcelo Guimarães (PFL-BA) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) têm ligações com Internacional, Grêmio, Bahia e Portuguesa.<br />"São alguns deputados que têm ouvido o que os clubes dizem", diz o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff.<br />Entre os inimigos, o deputado Rodrigo Maia, segundo mais votado no Rio de Janeiro, prega fiscalização na Copa-2014, mas admite uso de dinheiro público.<br />"Acho que não só a Copa, como a Olimpíada de 2016, são questões centrais", analisa. "O BNDES poderá ajudar."<br />Desde o último domingo, a discussão tem os debatedores.<br /><br />Por Rodrigo Matos (Folha de S. Paulo, 03/10/2006) </font>