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No Brasil, distância compromete ação sindical

A situação de atraso nos salários não é exclusividade argentina. No Brasil, notícias de dívidas dos clubes com seus jogadores são mais do que rotineiras. Mas imaginar que uma greve argentina serviria de inspiração por aqui não passa de delírio.

Os próprios líderes sindicais dos jogadores reconhecem que esse tipo de protesto está longe de acontecer no Brasil. Primeiro, por uma questão cultural; depois, porque a crise é grave, mas não tanto como lá.

O presidente do Sindicato dos Jogadores do Rio de Janeiro, Alfredo Sampaio, espera que a criação da Federação Nacional dos Atletas de Futebol modifique o atual cenário brasileiro, de passividade em relação à inadimplência. ”A intenção é ter uma participação mais efetiva junto aos clubes e à CBF”, explica, lembrando que, em 1979, os jogadores chegaram a ameaçar uma greve. ”Só que o movimento não andou. Alguns jogadores do Rio, de São Paulo e do Rio Grande do Sul foram treinar e furaram a greve”, recorda.

Para ele, a maior dificuldade não está na união da categoria. ”É lógico que isso é importante, mas acredito que as dimensões do Brasil dificultam qualquer movimento. Para se ter uma idéia, em países como Argentina, Uruguai, Espanha e Inglaterra, onde os jogadores são organizados, existe um sindicato para todos. Aqui, temos um para cada estado”. Sampaio também acredita que a cultura brasileira dificulta uma mobilização maior. ”Nossos jogadores não possuem uma visão de grupo. Como a carreira é curta, eles preferem não se expor”.

O Sindicato paulista tem a mesma visão. ”Se os jogadores do Flamengo deixassem de receber salário, jamais os do Palmeiras cruzariam os braços por causa disso”, compara Rinaldo Martorelli, presidente do sindicato de São Paulo.

Clubes – A situação no Brasil apresentou uma sensível melhora nos últimos meses. Até o ano passado, os atrasos nos salários atingiram 80% dos clubes que fazem parte da chamada ”elite”. Atualmente, a pior situação ainda é a do Rio, onde apenas o Fluminense está com as contas em dia. Flamengo, Vasco e Botafogo continuam atrasando.

O Botafogo, por exemplo, está tentando resolver seus problemas reduzindo a folha de pagamento. Sem um parceiro para investir no departamento de futebol, o alvinegro tapa os buracos como pode. Na semana passada, assinou um contrato com a Globo.com, que lhe rendeu R$ 1,8 milhão. O dinheiro, segundo os dirigentes, serviu para pagar 70% dos atrasados. Alguns jogadores não confirmaram esta versão.

Já o Flamengo, que perdeu a parceria com a ISL, continua atrás de dinheiro. Os atrasos não atingiram apenas o futebol. Os esportes olímpicos também sofrem com o problema. Na segunda-feira, a diretoria prometeu pagar os salários de fevereiro e parte do direito de imagem devido aos jogadores.

No Vasco, a situação não é animadora. Sem um parceiro que patrocine os gastos com o futebol e outros esportes, o clube está com os salários de janeiro, fevereiro e março atrasados.

No futebol paulista, a crise não é tão grave. O Santos é o único grande que encontra dificuldades para quitar a folha de pagamento. Com o dinheiro recebido da Federação Paulista pela classificação para as semifinais do Campeonato Estadual, o clube deve apenas 30% dos salários de março. São Paulo e Corinthians possuem parceiros fortes, que cobrem as despesas do futebol. O Palmeiras, por sua vez, desde que perdeu a Parmalat, passou a gastar menos e está em dia.

Já em Minas Gerais, a pior situação é a do Atlético. Seus jogadores não sabem o que é dinheiro há dois meses. Em Pernambuco, a crise de 2000 continua refletindo. O Santa Cruz está em dia com os salários deste ano, mas paga parceladamente os atrasados e o 13°.

Entre os gaúchos, o Internacional ainda deve os salários de março, mês que o Grêmio conseguiu pagar recentemente. O Juventude, com uma folha de pagamento enxuta, está em dia.

Fonte: Luiz Marcello Ferreira / Jornal do Brasil

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