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TATU FOI VÍTIMA DO "PROFISSIONALISMO CANALHA"

A década de 20 no Brasil foi marcada por uma onda de revolta contra os resquícios de exploração da aristocracia nacional. Movimentos como o Tenentismo emergiram com força na sociedade. No futebol, a luta foi contra a exploração dos jogadores, que já recebiam para defender os clubes, mas não tinham garantias sem a profissionalização. Somente em 1933 a profissionalização se tornou lei, mas antes, nesse regime amador, denominado "profissionalismo canalha", muitos jogadores amargaram com a situação.

Um deles foi o meia-esquerda Altino Marcondes, o Tatu, tricampeão paulista pelo Corinthians em 1922/1923/1924. Foi ele quem marcou o gol do título de 1924, na última partida contra o Paulistano, no campo do Jardim América, vencida pelo Corinthians por 1 a 0. No início era chamado de Altino, mas sua semelhança com um tatu, de corpo atarracado, originou o apelido.

Naquele momento, o craque vivia seu apogeu. Entre várias equipes, atuou na lendária formação de 1924, que entrou para a história corintiana: Colombo, Rafael e Del Debbio; Gelindo, Amílcar e Ciasca; Peres, Neco, Gambarrotta, Tatu e Rodrigues.

Sacrifício e sofrimento

Até então, Tatu acreditava que valera a pena o sacrifício de se desdobrar diariamente, dividindo as funções de zelador de uma casa de comércio com os treinos. Afinal, tinha rendimentos em dobro, ainda que escassos, e podia ajudar seus familiares em Taubaté, onde nasceu.

Mas seu futuro seria penoso. Contraiu posteriormente uma tuberculose, doença quase fatal na época. Viu-se completamente abandonado pelo Corinthians. O clube o dispensou sem lhe pagar nada como compensação. Ainda perdeu o emprego de zelador.

Tentou a sorte no Vasco, mas não deu certo. Teve de abandonar a carreira e não recebeu nenhum benefício social que amenizasse seu drama. Seu sofrimento solitário culminou com seu regresso a Taubaté, onde morreu pobre, em 1932.

Nessa transição política e social, Tatu foi apenas uma das muitas vítimas desse período em que os jogadores já eram populares, mas explorados quase como nos tempos da escravidão.

Cidade do Futebol
Por Eugenio Goussinsky

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