A legalidade da norma do Campeonato Pernambucano que estipula um terço das vagas nos times a jogadores nascidos no Norte e Nordeste ou com dois anos de contrato com clubes dessas regiões será discutida na Justiça.
É o que promete Rinaldo Martorelli, vice-presidente da Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol), entidade que reúne sindicatos de jogadores.
"Não sabia desse artigo do regulamento do Campeonato Pernambucano. Amanhã mesmo [hoje], vou pegar a reportagem, acionar o pessoal no Recife e orientá-lo a propor uma medida judicial. Não pode acontecer discriminação", afirma o ex-jogador.
Para o advogado Marcílio Krieger, membro da comissão de direito desportivo do Ministério do Esporte, a medida deverá ter sucesso.
"Essa regra prejudica o acesso ao trabalho de muitos brasileiros, o que é inconstitucional", explica ele, para quem a situação é diferente do limite de três estrangeiros por equipe no Brasil, estipulado pela CBF.
"Não pode haver discriminação de brasileiros no Brasil. A lei máxima garante livre acesso ao mercado. É diferente de restringi-lo a estrangeiros."
Por Luís Ferrari
Folha de S. Paulo (29/12/05)