<div><font face=’Verdana’ size=’2′><strong>Entidade cria torneios de garotos de 8 a 13 anos para estabelecer vínculo com times, que poderão lucrar com eles</strong><br /><br /><strong>Clubes pregam que deve haver uma proteção contra assédio de outros times e empresários a revelações, o que começa ainda cedo</strong><br /><br />Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, norma para proteger menores no Brasil, são considerados crianças aqueles que têm até 12 anos incompletos.</font></div><div><br /><font face=’Verdana’ size=’2′>Segundo esse critério, pela primeira vez neste ano, a Federação Paulista de Futebol e alguns clubes do Estado criaram um mecanismo cujo objetivo é lucrar sobre crianças.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>São os campeonatos paulistas sub-11 e sub-13, instituídos pela entidade em janeiro e que devem começar em maio. Seu objetivo é estabelecer um vínculo entre clubes e crianças a partir de oito anos.</font></div><div><br /><font face=’Verdana’ size=’2′>Com isso, os times poderiam ter remunerações como clubes formadores caso os garotos decidissem deixá-los. Por enquanto, não há sustentação na legislação brasileira, nem nas leis da Fifa, para obtenção de ganhos pela formação de menores de 12 anos. Mas a FPF criou o campeonato pensando em mudar essa realidade.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>"[O campeonato] é umas das provas para caracterizar o vínculo com os atletas. Não tínhamos isso", explicou o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero. "Hoje, [a lei] é insuficiente. Estamos trabalhando para resolver a situação."</font></div><div><br /><font face=’Verdana’ size=’2′>Pela Lei Pelé, o clube só pode ganhar remuneração como formador por atletas acima de 14 anos. Segundo a Fifa, há a possibilidade de o time receber recompensa por jogadores a partir dos 12 anos – são calculados os custos de investimento.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>A idéia de fazer os dois campeonatos foi elaborada em conversas entre a FPF e clubes, segundo Del Nero. Cartolas de times manifestaram preocupação com o assédio a seus atletas.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Até agora, há 11 equipes interessadas nos torneios. Mas ainda não foram confirmados os times, que devem jogar por dois ou três meses. Os garotos passariam a ter registro na FPF.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>A sub-11 permite atletas nascidos até 1999, isto é, oito anos.<br />]</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>"Quando está nessa idade [dez anos], o garoto já pensa na carreira. Tem influência paterna. A mentalidade é de jogador", afirmou o diretor de futebol do Palmeiras Savério Orlandi, que quer proteção contra o assédio. Seu clube vai criar agora a categoria sub-11 -já tinha a sub-13. Mas a diretoria ainda vai decidir se o Palmeiras entrará nos novos torneios.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>O São Paulo mostra-se mais reticente em relação à participação-ainda vai discuti-la. O time treina garotos nessa idade, sem caráter competitivo.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>"Os jogadores são trabalhados de uma forma lúdica, não do ponto de vista de performance. Não há campeonatos. O estresse de uma competição pode causar um dano irreparável em função disso", disse o diretor das divisões de base do São Paulo, Marcos Thadeu, que também defende vínculo com os atletas para evitar assédio.<br /><br /></font><font face=’Verdana’ size=’2′>Já o Corinthians dá como certa sua inclusão nas disputas. Ressalva que psicólogos devem acompanhar os garotos. E repete o discurso contra o assédio.</font></div><div><br /><font face=’Verdana’ size=’2′>"Trabalhamos o garotos desde os dez, escola, condicionamento físico. O clube faz, e outro pega", declarou o diretor da base corintiana, Miguel Marques e Silva. "Não é mercadoria, mas estamos investindo."</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′><strong>Condenação: Sindicato desaprova a idéia</strong><br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>O presidente interino da Federação dos Atletas Profissionais, Rinaldo Martorelli, diz que os clubes deveriam tratar os jogadores bem para evitar a evasão, não tentar prendê-los com a instauração de torneios sub-11 e sub-13. "Tem que estimular o atleta a querer ficar."<br /><br />Por Rodrigo Mattos</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Folha de S. Paulo, 28/02/2008</font></div>