<div><font face=’Verdana’ size=’2′>A partir da Lei Pelé, instaurada há dez anos, o futebol brasileiro passou a ser dominado por empresários. A frase é um mantra repetido por cartolas.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>A realidade mostra o poder sobre jogadores de ponta concentrado em alguns agentes oficiais de futebol. Só que o Brasil tem poucos empresários em relação ao número de atletas em comparação com outros centros do futebol mundial.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>São 219 agentes para um total de 16.200 jogadores, segundo dados da Fifa. Ou seja, a relação é de mais de 70 atletas por empresário. Na Espanha, são 2,9 jogadores por representante oficial. Proporcionalmente, o Brasil só perde para o México (mas o país norte-americano não é um centro exportador de jogadores, logo tem demanda muito menor de agentes Fifa).</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>"O mercado é concentrado. E será ainda mais no futuro. Quem tem maior </font><font face=’Verdana’ size=’2′>poder econômico e serviços melhores tende a atrair os atletas", explica o </font><font face=’Verdana’ size=’2′>agente Frederico Souza, que detém cem atletas, entre eles Gustavo (</font><font face=’Verdana’ size=’2′>Palmeiras) e Hernanes (São Paulo). "O jogador vai procurar quem pode levá-lo mais rápido para fora."</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Há a entrada de empresas no mercado. A Traffic, ao lado de Frederico </font><font face=’Verdana’ size=’2′>Souza, montou empresa para gerenciar carreiras de uma forma mais ampla. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>A influência dos agentes junto aos dirigentes também aumenta a </font><font face=’Verdana’ size=’2′>concentração, diz o presidente interino da Federação Nacional dos Atletas </font><font face=’Verdana’ size=’2′>Profissionais, Rinaldo Martorelli. "Tem clube que passa o atleta. Às vezes, indica o agente", conta o sindicalista. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Para o empresário Carlos Leite, com 30 jogadores, a concentração ocorre </font><font face=’Verdana’ size=’2′>como em outras áreas. "Tenho olheiros. E, basicamente, tem o boca a boca dos atletas." Após participar da venda de Ibson a Portugal, Leite levou Souza para o Flamengo. No clube, também ficou com a representação de Renato Augusto. No Palmeiras, botou Diego Souza e Léo Lima.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Os maiores empresários do país, Juan Figer e Wagner Ribeiro, têm relações com os quatro grandes paulistas.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Léo Rabello, presidente da Associação Brasileira de Agentes de Futebol, </font><font face=’Verdana’ size=’2′>aponta em seu site a relação dos clubes com os quais tem negócio, o que </font><font face=’Verdana’ size=’2′>inclui todos os grandes brasileiros e vários na Europa e na Ásia. Com 33 jogadores, ele aponta a existência de agentes piratas como </font><font face=’Verdana’ size=’2′>responsável pelo reduzido número de profissionais oficiais no país. "O </font><font face=’Verdana’ size=’2′>empresário autorizado tem que atuar na lei. Tem que pagar Imposto de </font><font face=’Verdana’ size=’2′>Renda, tudo certinho", diz.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Empresários estimam entre 300 e 400 o número dos que atuam sem aval da Fifa. Os agentes dizem que os clubes são coniventes com o fato. Mas os empresários oficiais também desrespeitam a norma da entidade. Boa </font><font face=’Verdana’ size=’2′>parte compra direitos sobre a negociação do atleta, o que é vetado pela </font><font face=’Verdana’ size=’2′>lei. É uma conseqüência de um mercado desregulado, apesar da norma da Fifa. A CBF tem um tribunal para julgar questões entre agentes, mas o órgão nunca tomou medidas efetivas.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Em 2007, a Fifa estabeleceu que devem haver câmaras nacionais para </font><font face=’Verdana’ size=’2′>resolver disputas entre jogadores e clubes, norma que vale a partir deste </font><font face=’Verdana’ size=’2′>ano. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Longe dessa realidade, de normas, agentes e piratas, há um grande número de atletas à margem. Para empresários, a maioria dos 16.200 jogadores nem desperta interesse porque existe excesso de profissionais. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>O Brasil é recordista de atletas. "Não acho que o número seja inchado. Mas não temos levantamento de quantos vivem só de futebol", diz Martorelli.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Por Luís Ferrari e Rodrigo Mattos</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Folha de S. Paulo (Painel FC), 28/03/2008</font></div>