<div><font face=’Verdana’ size=’2′>Quando li a notícia sobre a extinção do departamento de marketing do Atlético Mineiro, pelo presidente Alexandre Kalil, tentei imaginar qual foi a reação do dirigentes do seu maior rival, o Cruzeiro. Certamente devem estar dando gargalhadas. O mais curioso é que esta medida ocorre justamente no ano em que o Galo comemora seu centenário. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Kalil disse que ele mesmo cuidará dos contratos maiores e que o clube não tem de investir em marketing e ter muitos contratos pequenos (calculo que esses acordos são mesmo minúsculos). Para o dirigente atleticano, os grandes já são o bastante (então, devem ser graaaaandes mesmo). </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Enquanto alguns clubes brasileiros avançam com mais profissionalismo nos negócios que envolvem sua marca, Alexadre Kalil deu uma tremenda bola fora. Mas, acredito que ainda um grande número de cartolas deve ter a mesma opinião do presidente do Atlético Mineiro. Talvez por não conhecerem tudo aquilo que uma área de marketing e negócios pode fazer por uma agremiação, continuam vivendo como se estivessem nos anos 70. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Recomendo ao dirigente máximo do alvinegro de BH, então, que procure qual a equipe que pode servir de benchmarking, desculpe, qual equipe pode servir de referência para um trabalho bem feito nessa área. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Existem várias, mas se é para pegar algum time como exemplo, vamos logo ver como funciona o Manchester United. Já sei que muita gente vai aparecer novamente com aquela história de que no Brasil a realidade é outra, como se eu não soubesse. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>A questão é que eu não estou pregando que os clubes brasileiros simplesmente copiem tudo que é feito lá no exterior, mas apenas que analisem o máximo que puderem das agremiações que são bem-sucedidas. Vale, inclusive, estudar os times de basquete norte-americanos. Quem sabe consigam pegar boas idéias. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Voltemos ao Manchester. Os ingleses executam tantas ações que colocarei apenas alguns dados, até porque os internautas gostam de textos curtos. Patrocinadores oficiais: os Red Devils possuem oito(!). Também contam com um departamento de comercialização da marca que atua, ainda, como um fiscalizador do nome do clube (brand protection) em produtos eventualmente pirateados. Há até um e-mail para que os torcedores denunciem casos de falsificações de artigos com a marca da equipe. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>O estádio do clube britânico, o legendário Old Trafford, é um verdadeiro shopping: possui lojas, restaurantes, lanchonetes, cafés, museu, estações de rádio e TV próprias. No dia de jogo (match day), além de faturar com a venda de ingressos que, diga-se de passagem, ficam esgotados desde o começo da temporada, servem mais de duas mil refeições que chegam a custar 50 libras (algo em torno de R$ 150). Aliás, o restaurante possui vista para o campo… Lanches? São vendidos mais de 80 mil hot dogs em cada partida, devidamente acompanhados de uma cervejinha. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Há também uma revista. A diferença é que a cada jogo são vendidos 40 mil exemplares, em média. Por ano são comercializadas um milhão de revistas. Ainda temos os camarotes, as suítes e lojas com os produtos oficiais do clube (devem ser os contratos pequenos citados pelo presidente do Galo mineiro). Nos dias em que não há jogos, o estádio fica aberto para visitações. Cerca de 200 mil pessoas comparecem todos os anos e pagam algo em torno de 10 libras para conhecer as dependências do Old Trafford. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Há um amplo salão que pode servir para diversas finalidades: teatro (para 1.200 pessoas), sala de conferência (500 pessoas) e jantar (1.000 pessoas), entre várias outras utilidades. É possível até se casar ou passar a noite de Natal no Old Trafford. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Nem vou comentar que os ingleses usam o site (versões em inglês, japonês, coreano e chinês) para uma infinidade de coisas, seja para dar informações do time, vender seus produtos e até mesmo colocar ofertas de empregos, desde as funções menos prestigiadas, como manutenção e limpeza, até vagas em TI, RH, finanças e comunicações, por exemplo. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Há até cursos de futebol (será que eles ensinam melhor do que os brasileiros?) para crianças. Somente neste ano, mais de 1.400 crianças de 75 países diferentes participaram dos programas de futebol realizados na Academia Manchester United, que tem como slogan "Learn to play the United way" ("Aprenda a jogar nos moldes do United"). United é a forma como os torcedores costumam tratar seu time. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Tem muito mais para se falar a respeito. E nem foram abordados os cases dos esportes norte-americanos. Mas, pensando bem, pra que? Esses contratos pequenos não servem pra nada. O negócio é ficar apenas com os grandes. Então, tá.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Por Antonio Afif </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Da Máquina do Esporte, 26/11/2008</font></div>