O caso de Ricardo Oliveira, porém, pode não ser o único em que o clube deverá pagar ressarcimento aos atletas. Há outras interpelações judiciais e o sindicato dos atletas já acionou o Ministério Público para que os dez clubes que disputam o campeonato estadual expliquem os motivos pelos quais supostamente não contratam seguros de vida e de acidentes para os atletas, conforme determina a Lei Pelé.
No caso de Ricardo Oliveira, de acordo com o advogado do atleta, o jogador recebia do ABC, entre salário, auxílio-moradia, prêmios por metas (os chamados "bichos") e direitos de imagem, aproximadamente R$ 23 mil. No entanto, durante os dois anos em que defendeu o clube, o atleta afirma que somente foram depositados, durante os dois anos, os valores do FGTS referentes ao salário, de aproximadamente R$ 3 mil. Por isso a ação de R$ 150 mil, que cobra o suposto valor devido.
O caso de Ricardo Oliveira não é o primeiro sobre o caso. De acordo com Felipe Augusto, o ABC já foi condenado a pagar R$ 100 mil ao lateral Bosco e R$ 40 mil ao lateral Thiaguinho. Além deles, para citar casos mais recentes, o ABC também pode ser condenado a pagar R$ 407 mil ao zagueiro Ben-Hur, que defendeu o clube entre 2007 e 2009. "É triste o não cumprimento dos deveres dos clubes para com os atletas. Há casos até em que alguns clubes sequer assinam as carteiras de trabalho dos atletas. Espero que a situação seja regularizada o quanto antes", disse Felipe Augusto.
O responsável pelo departamento jurídico do ABC, José Wilson, ainda não foi informado sobre ação judicial sobre o pedido de Ricardo Oliveira, por isso preferiu não se manifestar. O presidente do clube, Rubens Guilherme Dantas, afirmou estar decepcionado.