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Atletas do Vilhena-RO são ameaçados de morte pelo presidente e recebem amparo da FENAPAF

REDAÇÃO SAPESP

Cansados de trabalhar sem receber e ainda terem seus direitos trabalhistas ignorados, os jogadores do Vilhena, de Rondônia, fizeram uma grave denúncia ao sindicato de atletas nesta semana onde relataram terem sidos ameaçados de morte após desentendimentos com o presidente do clube, que foi cobrado pelo elenco em relação aos atrasos salariais. Já são quatro meses de inadimplência, segundo os jogadores.

Um dos líderes da equipe, o volante Rai (ex-Portuguesa), explicou à diretoria da Federação Nacional de Atletas que as retaliações foram crescendo a medida que o elenco pressionava o dirigente. Começou ameaçando cortar a alimentação, depois despejar os jogadores da casa e por fim, ameaçar de morte. Tudo gravado em áudio e vídeo pelos jogadores durantes as discussões.

"Tivemos que deixar a cidade foragidos, com ajuda de moradores que conhecem bem o histórico do presidente. Nos levaram de madrugada a 200 quilômetros da cidade para ficarmos seguros. Procuramos a Federação Nacional de Atletas e fomos prontamente atendidos, graças ao Martorelli conseguimos voltar para casa ilesos", explicou Rai.

Ainda segundo o meio-campista, 12 atletas saíram às pressas após o presidente do clube, Carlos Dalanhol, dizer que colocaria fogo na casa onde os jogadores estavam alojados e que seriam despejados. Confidenciou também a um dos jogadores que só não matou o volante e um outro atleta por respeito às esposas.

"A situação chegou a tal ponto que ele monitorava nossos passos. Sabia em que rua passávamos e em qual restaurante comíamos. Disse que não iria pagar ninguém, e se fosse preciso, colocaria fogo na casa. Ameaçou dizendo que não tem medo da justiça e ainda confessou em áudio que roubou cheque do sócio para pagar as contas do clube", relatou.

FENAPAF PEDE E CBF PROÍBE INSCRIÇÕES DO CLUBE
Tão logo recebeu a denúncia, o presidente da FENAPAF, Rinaldo Martorelli, tratou de tirar os jogadores da região e trazê-los de volta a São Paulo. A segurança dos atletas foi a primeira medida tomada pela entidade, que posteriormente enviou à CBF um ofício pedindo para que a entidade máxima do futebol brasileiro proibisse novas inscrições do clube enquanto as dívidas não forem sanadas.

"Enviei à presidência da CBF um ofício solicitando que medidas duras fossem tomadas em relação a este clube. Prontamente fomos atendidos e recebemos da CBF um outro ofício confirmando a proibição de novas inscrições por parte do clube. É uma grande vitória para os atletas e para o futebol brasileiro. Enquanto não for resolvida a situação, o Vilhena não escreve mais nenhum jogador na CBF", comemorou Martorelli.

Os relatos dos atletas são impressionantes. Falta de alimentação, condições básicas de higiene foram alguns dos pontos citados pelos atletas. "Teve jogador repartindo sabonete. O clube recebe cotas de TV, tem sete patrocinadores e ainda tivemos nossos contratos retidos. Se não fosse a Federação Nacional de Atletas não teriamos sequer como garantir nossa segurança", completou Rai.
 

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