O futebol brasileiro deve quase meio bilhão de reais para a Previdência Social. A soma é o resultado do último balanço feito por auditores da Previdência, que passará a autuar os devedores e aumentará o cerco sobre o esporte mais popular do país.
A Secretaria da Receita Previdenciária (SRP), subordinada ao Ministério da Previdência Social, promete fiscalizar intensamente o segmento, que já é responsável pela realização de 164 representações fiscais contra dirigentes de clubes.
Ao todo, os clubes de futebol devem R$ 433 milhões à Previdência. Já federações e Confederação Brasileira de Futebol (CBF) são responsáveis por mais R$ 62 milhões em dívidas, totalizando R$ 495 mi em débitos. Em 2004, a dívida do futebol com o governo beirava os R$ 350 milhões.
Historicamente, a contribuição dos clubes à Previdência é diferenciada, sendo de 5% sobre os valores das rendas de bilheteria (de responsabilidade das federações) e patrocínio (de responsabilidade do patrocinador) dos clubes. Desde 1993, alguns clubes também participam de um programa de refinanciamento das dívidas.
A expectativa da SRP é conseguir receber parte dos débitos a partir da criação da Timemania, loteria programada para quitar as dívidas dos clubes com o governo e cujo projeto tramita na Câmara dos Deputados.
A loteria, porém, dificilmente conseguirá sair do papel até o final do ano. A bancada da oposição na Câmara só vai aceitar o projeto se ele exigir a transformação do departamento de futebol dos clubes em empresa. O Executivo não acha necessário tal item. Sem acordo, o projeto tranca a pauta do Congresso a partir do dia 13 de agosto.
Com a crise política que vive o país, dificilmente o projeto será aceito sem um acordo entre situação e oposição. Com isso, a Timemania deverá ser criada
apenas no ano que vem.
MBPress