Ao reclamar da ação para proteger o atleta em seu direito de descanso, treinador do Clube de Regatas do Flamengo mostra toda a sua falta de conhecimento funcional
Já cansamos de dizer e escrever que não é o Sindicato de Atletas que impõe aos clubes que não disputem competições simultâneas. São eles que se colocam nessa situação.
Para que o clube não corra o risco de sobrecarregar os atletas nas jornadas de trabalho, dirigentes e treinadores deveriam viabilizar material humano suficiente para disputarem em nível aceitável, interno e externo, as competições que julgam necessárias.
Desta forma, Tite deveria, se tivesse coragem, dirigir sua reclamação ao Flamengo e não aos sindicatos, que não influenciam em nada a condição que, para ele, é o causador das lesões que atingem alguns de seus jogadores.
Será que essas lesões não seriam decorrentes de sua própria incompetência em não conseguir fazer a gestão técnica eficiente de um plantel de tamanha qualidade?
TREINADOR DA CBF
Vale lembrar que Tite também, em oito anos convivendo nos bastidores da principal organizadora do futebol – CBF, jamais questionou internamente e publicamente qualquer possibilidade de mudança.
“O sindicato, apesar de muita gente achar o contrário, não tem o poder de decisão, aquele poder soberano de polícia. As ações legalmente possíveis são as de conter os abusos dos empregadores. Nenhum, repetindo, nenhum sindicato de qualquer categoria, pode impedir que uma empresa funcione 24h por dia. O que pode ser feito é impedir que os mesmos trabalhadores atuem acima da carga permitida. As ações de fora desse âmbito e que podem mudar esse quadro dependem da ação dos filiados da CBF, no caso, os clubes”, explica Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato de Atletas SP e responsável pela ação que resultou na regulamentação do intervalo mínimo de 66 horas de descanso dos atletas entre jogos.
Infelizmente, Tite é mais um profissional do futebol a se equivocar em suas palavras. Entra para o grupo que atrapalha ao invés de ajudar.
O futebol precisa de profissionais corajosos, não covardes. Principalmente aqueles que chegam tão perto dos donos da caneta.