<div><font face=’Verdana’ size=’2′>Diferentemente do que foi decantado por grande parte da imprensa, saliente-se, a sul-americana não só a brasileira, a seleções que ficaram para as semifinais da Copa do Mundo de 2010 demonstraram uma realidade que muitos teimam em não querer ver: quanto mais se organiza o futebol fora de campo mais se consegue bons resultados dentro dele. Aliás, esse mesmo fenômeno já deu mostras na Copa passada, a de 2006 com Itália, França, Alemanha e Portugal que ficaram com as primeiras colocações escancarando a hegemonia européia no futebol e ratificado agora. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>A Europa, no contexto futebolístico, procura cada vez mais criar regras para que os dirigentes tenham responsabilidades em suas gestões. A UEFA vem tomando medidas que impede que os clubes devedores, os mesmos dirigidos pelos irresponsáveis financeiros, participem da Champions League, principal torneio do continente. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Na Espanha, já há bastante tempo, clubes que não certificarem sua condição econômica saneada com os jogadores descende de divisão na temporada seguinte.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Na França um clube que é considerado incapaz financeiramente, após uma análise de suas contas por uma comissão composta por representantes de todos os envolvidos no futebol – clubes, jogadores e governo, fica impedido de contratar novos jogadores enquanto não mostrar nova condição financeira favorável.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Enfim, na Europa Ocidental – a ganhadora das Copas – não se discute a necessidade de que as contas dos clubes sejam compatíveis com seus gastos. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Isto é um fato consumado em que os governos se puseram a administrar, intervindo com mão forte fazendo com que o futebol se inserisse como segmento importante da cultura de cada país e relevante fonte de renda e de empregos. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Aqui na América do Sul a condução se vê as voltas com o paternalismo governamental. No Brasil estamos em um período em que o funesto projeto de lei do governo, aquele que suprime direitos fundamentais da categoria dos atletas, se encontra em fase de aprovação final. Favorece os clubes sem pedir contrapartida de novo modelo de gestão responsável como se os direitos dos trabalhadores fossem os grandes problemas, total desvio de foco discurso que o governo comprou e ainda fomentou. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Sem falar na malfadada Timemania que não só deixou de resolver os problemas dos clubes com as dividas que possuíam com o próprio governo como institucionalizou o calote futebolístico perdendo a oportunidade de criar uma cultura de respeito aos compromissos financeiro-administrativos assumidos e também de minimizar o passivo trabalhista com os jogadores. Um verdadeiro fiasco.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Em campo a seleção desse país que não tem organização futebolística sucumbiu mais uma vez, retrato do panorama atual.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Na Argentina o governo cedeu a um enredo, um verdadeiro embuste, que possibilitou a AFA (Federação Argentina de Futebol) quebrar um contrato há muito assinado, porém, com todo seu valor já recebido pela Federação e clubes, com a emissora Toneos y Competências, sem sequer assumir minimamente os compromissos por essa ruptura contratual, e posteriormente firmando com o próprio governo outro contrato que traz muitos benefícios aos clubes, mas também não pede responsabilidades na gerencia administrativo financeira. O motivo que justificou a quebra do contrato foi que os valores então acordados não eram suficientes para custear os clubes como se lá também não gastassem muito mais do que podem. Puro charlatanismo. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Ainda há que salientar que no país vizinho o governo permite a manutenção de uma cláusula nos contratos dos atletas que permite um grave impedimento à liberdade de trabalho dos futebolistas. Tal como aqui o governo se põe contra o cidadão e distorce sua função vital. A famosa “prórroga automática” permite ao clube, unilateralmente, acionar a opção se assim lhe convier e ao atleta só cabe aceitar passivamente porque não há onde recorrer, nem ao governo, nem ao sindicato de lá que também, os motivos são suspeitíssimos, apóia essa monstruosidade.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Dentro do campo os “hermanos” dançaram o samba do crioulo doido ao invés do tradicional tango, resultado natural de uma desastrosa orientação administrativo financeira.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>As exceções ficam por conta de Uruguai e Chile por isso mostraram melhores resultados em campo.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>O Uruguai recentemente acabou com a mesma “prorroga automática” que a Argentina insiste em manter. Também, tal qual na Europa os clubes somente participam dos campeonatos se mostrarem que nada devem a seus trabalhadores.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>O Chile acabou com a lei do passe recentemente e obrigou que seus clubes se transformassem em empresas com as respectivas responsabilizações pessoais dos dirigentes inescrupulosos tal qual qualquer civil no Brasil</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>A Copa de 2014 já criou enorme expectativa aos brasileiros quanto à sua conquista, mas, do jeito que a coisa anda dificilmente, mesmo no nosso próprio território, a Europa vai deixar de papar mais uma. </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Ainda há um bom período para que o barco possa ir para seu verdadeiro rumo, porém, o governo pode ser o mesmo, já que a direção do futebol certamente será.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Não quero agourar, mas não diga que não avisei.</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Rinaldo Martorelli </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Sapesp</font> </div>