<font face=’Verdana’ size=’2′>Os clubes grandes não conseguem pagar suas dívidas por conta dos altos salários.<br />Segundo estudo da Casual Auditores houve aumento no grau de endividamento dos três grandes clubes da capital, de 2004 para 2005. Não houve alteração no cenário neste ano.<br />No São Paulo, o percentual do passivo em relação ao patrimônio estava em 54% no início do ano, contra 44% em 2004.<br />A diretoria até quitou empréstimos bancários, mas não preferiu investir no futebol a quitar outros passivos. No início do ano, o passivo era de R$ 68,7 milhões, o que inclui salários e direitos de imagem que estão sendo pagos em 2006.<br />No Palmeiras, o passivo, excluído débito com a Palmeiras S.A, tinha saltado de R$ 19,7 milhões para R$ 31,7 milhões.<br />O Corinthians teve aumento de cerca de R$ 10 milhões no passivo, chegando a R$ 85 milhões. O grau de endividamento subiu de 73% para 110%.<br />O Santos reduziu o percentual do débito, de 97% para 63%. Isso porque quitou dívida de R$ 26 milhões com o presidente Marcelo Teixeira, como revelou a Folha.<br /><br />Salários altos sufocam contas de times paulistas. Gastos com futebol têm crescido até mais do que as receitas nos quatro grandes.<br /><br />Com atrasos de pagamento em 2006, Estado deixou de ser visto como porto seguro por empresários, mas o São Paulo ainda é exceção <br /><br />Uma desenfreada escalada de aumentos salariais nos quatro grandes paulistas provoca atrasos de pagamentos, aumento do endividamento e um abalo na credibilidade entre jogadores e empresários.<br />Neste milênio, as receitas de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo cresceram rapidamente. Só os corintianos viram sua renda ser multiplicada por cinco, em quatro anos. Mas os salários incharam ainda mais.<br />De 2004 para 2005, os três times da capital verificam aumento no percentual gasto com futebol em relação à receita, segundo estudo da Casual Auditores. No Santos, o valor absoluto subiu, mas foi compensado pela receita extra com a venda da Robinho – R$ 72 milhões.<br />Neste ano, já foram observados novos saltos nas folhas.<br />"Está muito inflacionado. Esse mercado de futebol não é compatível com a realidade do país", analisa o presidente são-paulino Juvenal Juvêncio.<br />O São Paulo já reviu seu orçamento de 2006 para cima após fazer 14 contratações.<br />No Palmeiras, o presidente Affonso della Monica estima ter dobrado o gasto com salários em sua gestão, que era de R$ 1,1 milhão anteriormente.<br />O Corinthians estourou o orçamento: gasta R$ 6 milhões por mês, e recebe metade. E quer que a MSI cubra o rombo.<br />No Santos, metade do dinheiro de Robinho já tinha sido gasto no início do ano. Com os altos salários de Vanderlei Luxemburgo e Zé Roberto, conselheiros pressionam a diretoria para saber se restou algo.<br />Como conseqüência, surgiram os atrasos salariais.<br />"Quando você tinha propostas de cariocas e paulistas não pensava duas vezes, mandava seu jogador para São Paulo. Atualmente, a situação financeira dos clubes está bem nivelada, tirando o São Paulo", diz o empresário Wagner Ribeiro.<br />Outros empresários, que preferem não se identificar, fazem a mesma reclamação.<br />Palmeirenses e corintianos protestam publicamente por não receberem em dia. No Santos, ao menos um jogador cobra, reservadamente, luvas que deveria ter recebido.<br />O São Paulo tinha contas apertadas até junho, mas ficou aliviado depois das vendas de Lugano e Denílson.<br />Na época da Copa, três agentes de jogadores disseram que os salários atrasaram alguns dias, o que a diretoria atribui a entraves burocráticos.<br />Nada perto dos dois meses de direitos de imagem que o Corinthians atrasou diversas vezes neste ano. Também há luvas atrasadas, segundo atletas.<br />O empréstimo de Magrão a um clube japonês não foi pago, assim como a compra de Nilmar, que é credor do time.<br />No Palmeiras, o atacante Edmundo revelou atraso no último mês. Isso depois de o clube antecipar R$ 11 milhões com a Federação Paulista de Futebol.<br />"Investimos para ter um time forte. As pessoas não torcem para o Palmeiras para ir no clube dançar ou fazer natação", diz Affonso della Monica, sintetizando a filosofia que cria sufoco financeiro em São Paulo.<br /><br />Por Ricardo Perrone e Rodrigo Mattos<br />Painel FC (Folha de S. Paulo, 1º/10/2006)<br /></font>