Pivô da crise que envolveu a dispensa do atacante Renaldo do Palmeiras, o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo (Sapesp) está se movendo a favor dos atletas. O jogador disse que foi demitido por participar de uma reunião na entidade na última segunda-feira.
Luís Eduardo Pinella, diretor e tesoureiro do Sapesp e ex-jogador do Corinthians, acredita que a atitude do presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi, seja uma iniciativa para inibir a procura de direitos trabalhistas por parte dos jogadores. De acordo com o representante do sindicato, o terrorismo praticado pelo dirigente teve como vítima direta apenas Renaldo, mas visa atingir toda a classe dos atletas profissionais.
"Em primeiro lugar, a posição dele é mais uma retaliação aos outros, a qualquer atleta que queira se informar no sindicato. Ele quer inibir uma ação que está em alta no momento: os atletas vendo que podem obter seus direitos. Vejo com muita tristeza esse tipo de atitude" disse Pinella.
Ele ainda disse que um processo de Renaldo contra o dirigente é amplamente possível e embasado em direitos. "Com certeza. Eu preciso apenas que o jogador expresse essa vontade. O exercício sindical é previsto na lei", afirmou.
O diretor provocou o presidente e garantiu que, se Renaldo entrar com um processo contra o dirigente, Mustafá não terá cacife para bancar a versão de que demitiu o atleta pela participação no encontro do sindicato. "Se vir a ter uma ação devido a essa situação, duvido que ele vá sustentar essa versão. Ele vai alegar o que? Ninguém arrastou ninguém, ninguém foi ao Palmeiras e botou um revólver na cabeça de ninguém. E outra, quem chamou a reunião foi o sindicato".
De acordo com Pinella, o caso demonstra que os jogadores precisam ter mais proteção em seus contratos. "Com certeza não havia previsão de multa para o Renaldo. Mas se tivesse uma de R$ 5 ou 10 milhões, será que ele (Mustafá) faria isso?", provocou.
O diretor finalizou afirmando que o encontro da última segunda-feira não foi realizado apenas para discutir as férias dos atletas, mas também o caso Serginho, o problema dos seguros dos atletas, entre outros. Pinella também não acredita que o dirigente tenha tomado essa atitude por ser presidente do sindicato patronal dos clubes, o Sindibol.
Gazeta Esportiva