Veja a matéria e vídeo no site Notícias bombásticas e negativas viraram rotina no Brinco de Ouro. O dia seguinte à queda de Leonel Martins de Oliveira mostrou que a saída do agora ex-presidente está longe de ser o fim dos problemas do Guarani. A crise está instalada em todos os setores do clube. No futebol, a situação se agravou de vez na tarde desta terça-feira (22), com nova ameaça de greve. Com quatro meses de salários atrasados, os jogadores deram um ultimato e decidiram não entrar em campo contra o Goiás, sábado (26), em casa, caso o pagamento não saia até sexta (25). Foi a primeira vez que eles admitiram publicamente a possibilidade de paralisação.
A decisão foi tomada após uma reunião com o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo. Em um rápido pronunciamento, com 21 jogadores na sala de imprensa, Fabinho, o porta-voz do grupo, comunicou a posição de todos e demonstrou insatisfação com o tratamento recebido pelo elenco durante a turbulência política que antecedeu a Assembleia Geral Extraordinária de segunda (21) e que culminou com a cassação do mandato de Leonel e de toda a diretoria executiva.
“A gente não vai falar mal de ninguém. A gente sabe que teve assembleia, que o presidente foi embora, mas até agora ninguém se preocupou com a gente. O que a gente quer é que alguém possa trazer uma solução para nós. É urgente, mais do que nunca, seja lá quem for, diretoria ou empresário, que traga uma solução para nós a nível de salário. Todo mundo se preocupou com muita coisa aí fora e acabou esquecendo dos jogadores. Eu espero, em nome de todos, que até sexta alguém possa resolver nossa situação. Treinar a gente vai treinar, mas a gente não garante que vá jogar. Não dá para esperar mais”, discursou Fabinho, que ainda mandou um recado para a torcida.
“Esse grupo fez de tudo para que o Guarani permaneça na Série B e, se depender de nós, pode ter certeza que não vai cair. A gente sabe que tem o torcedor e a família do nosso lado, mas nós precisamos mais do que isso agora”, completou. Após a declaração, Fabinho recebeu aplausos dos companheiros. Já vestidos de uniforme de treino, os jogadores não abriram para perguntas dos jornalistas e saíram rapidamente da sala para a atividade no gramado do Brinco de Ouro.
Diretor de relacionamento do Sindicato dos Atletas do Estado de São Paulo, Mauro Costa, apoiou o elenco, mas revelou que a decisão não é definitiva e pode mudar em caso de uma posição concreta da diretoria. Costa já conversou anteriormente com os jogadores, mas promessas de pagamentos fizeram o grupo dar um voto de confiança à diretoria. Agora, a paciência acabou.
“Esses jogadores têm muita hombridade. Para chegar até aqui da maneira que chegaram, são muito dignos. A gente só explicou para eles que eles estão dentro da lei se quiserem parar. O Sindicato não decide nada, só auxilia e apoia. Eles estão esperando que alguém fale alguma coisa, pois está tudo à deriva aqui”, disse.
Situação política No momento, com a destituição de Leonel e do restante da diretoria executiva, o único que tem o poder de decidir algo no clube é Antônio Sagula, presidente do Conselho Deliberativo e que assume o cargo de chefe da diretoria executiva interinamente. Ele tem até 10 dias para convocar uma reunião do Conselho, na qual será escolhido um novo presidente.
A ameaça de greve surge em um momento decisivo para o Bugre na Série B do Campeonato Brasileiro. A uma rodada do fim da competição, a equipe precisa de apenas um empate ante o Goiás para eliminar o risco de rebaixamento sem depender de outros resultados. Icasa-CE, ASA-AL, São Caetano e Paraná também estão na briga para não cair. Hoje, os cearenses estariam sentenciados a disputar a Série C.
Recentemente, o coordenador de futebol Waguinho Dias descartou W.O caso o elenco profissional abandonasse o barco e garantiu que o clube está resguardado para escapar de tal situação. “Existem os meninos dos juniores e também do amador”, explicou Dias, na oportunidade.