<div><font face=’Verdana’ size=’2′>A Fifa anunciou na tarde desta quarta-feira, 11, que não irá mais anunciar as 12 cidades escolhidas como sede da Copa de 2014 no Brasil no dia 20 deste mês. A escolha ficará para o mês de maio, em evento da Federação, nas Bahamas. Mesmo assim, o assunto continuará ganhando espaço na mídia. As 18 cidades candidatas foram vistoriadas pelo comitê técnico da Fifa nos dois primeiros meses desse ano, acompanhados de perto pelo corpo de lobistas que cada praça contratou para aumentar as chances de escolha.<br /><br />No Rio de Janeiro, por exemplo, o governador Sérgio Cabral já montou um comitê local em parceria com a agência Prole, que atende seu governo. Apesar do critério de definição ser oficialmente de caráter técnico, a escolha das cidades seguirá muito mais um viés político. Tanto que São Paulo e Rio de Janeiro estão praticamente garantidas, respectivamente, como sedes da abertura e da decisão, ainda que a confirmação só venha a se dar após julho de 2010.<br /><br />Bem encaminhadas, também em função do peso político, estão Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Recife. Com boas chances, Maceió, Natal, Fortaleza, Curitiba e Florianópolis disputam três vagas. O governo federal já declarou que tem interesse que jogos sejam mandados na Amazônia, o que coloca Manaus (AM), Belém (PA) e Rio Branco (AC) na luta por uma vaga. A cidade que representará o Pantanal - outro desejo manifesto pelo governo - deve ficar entre Goiânia (GO), Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS).<br /><br />Para que as seis cidades excluídas não expressem ressentimentos aos integrantes do comitê organizador, presidido por Ricardo Teixeira (CBF), e ao governo federal - maior avalista da Copa – a Fifa vai assumir toda a responsabilidade política pela escolha das cidades. Somente após esse processo político é que a parte técnica deve ganhar mais força. Um estudo encomendado à Associação Brasileira da Indústria de Base (Abdib), presidida por Paulo Godoy, apontou a necessidade mínima de investimentos de R$ 30 bilhões em infra-estrutura pública (segurança, portos, aeroportos, telecomunicações, energia, saneamento básico, hotelaria e transportes), dos quais R$ 5 bilhões são relativos apenas ao transporte público em São Paulo.<br /><br />E a partir daí, as visitas técnicas da Fifa serão freqüentes e bastante intensas em termos de cobrança, a exemplo do que já ocorre na África do Sul, onde correm rumores de que Alemanha e França estariam prontas para assumir a Copa em um eventual fracasso dos organizadores locais.<br /><br />No meio do ano, a Fifa deve abrir um escritório no Rio de Janeiro e nomear um executivo com dedicação exclusiva para monitorar os trabalhos diariamente em todas as cidades escolhidas. A exigência será para que todos os estádios prometidos para a Copa estejam prontos até 31 de dezembro de 2012. No entendimento de especialistas, eventuais falhas na África do Sul significarão mais pressão sobre o Brasil, por conta da insatisfação dos europeus de ver duas torneios seguidos realizados fora de seu continente, fato inédito na história.<br /><br /><strong>Patrocínios locais e TV<br /></strong><br />Depois da Copa na África do Sul, será iniciada uma disputa pelas cinco cotas de patrocínio locais, que não poderão conflitar com os 15 parceiros globais da Fifa. Destes, cinco patrocinam todas as competições da entidade: Coca-Cola, Visa, Adidas, Emirates, Sony e Kia/Hyundai. Isso já exclui dois importantes parceiros da CBF, a Ambev e a Nike. <br /><br />O Banco Itaú, por sua vez, já manifestou o interesse em usufruir plenamente da condição de parceira da CBF, enquanto a Vivo não terá nenhum obstáculo. Nos direitos de TV, comprados pela TV Globo por US$ 300 milhões (a Record ofereceu US$ 180 milhões) - com cláusula de redução no valor caso o País perca o direito por alguma razão - as cotas terão de obrigatoriamente ser oferecidas prioritariamente aos parceiros internacionais da Fifa. <br /><br />As empresas terão 30 dias de prazo para fechar o contrato após o recebimento da proposta. Depois disso, a Globo deve passar a bola para os cotistas do seu pacote futebol. Para a Copa de 2010, os critérios serão os mesmos. A expectativa é de que sejam definidos os cotistas do mundial da África do Sul até setembro, pouco antes da renovação para o pacote futebol, que em 2010 só deve cobrir as competições entre clubes.<br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Por Robert Galbraith</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Meio & Mensagem, 12/03/2009</font> </div>