Redação Sapesp
Nyon (SUI) – As declarações de Josef Blatter, presidente da FIFA, que minimizou os episódios de racismo no futebol e chegou até a declarar que são aceitáveis e solucionáveis com um simples aperto de mãos, não repercutiram bem no Sindicato Mundial de Atletas, FIFPRO. Em nota oficial, a entidade máxima dos profissionais da modalidade classificou como "surpresa" e colocou-se à disposição para voltar a debater o assunto globalmente, o que não acontece desde a Copa da África do Sul em 2010.
"Há coisas que você não pode apenas resolver apertando as mãos ao final da partida, como o Sr. Blatter sugere. Infelizmente o racismo ainda é um problema enorme no futebol, tanto no campo como nos estádios. A FIFPro está bastante ciente disso assim como o Sr. Blatter", publicou a FIFPRO em seu site oficial.
CAMPANHA RED CARD (Cartão Vermelho)
Organizando campanhas anti racismo, tais como a entitulada "Mostre ao Racismo o cartão vermelho" , a FIFPro há muitos anos tenta convencer o mundo do futebol o fato de que todos os homens são iguais, que o racismo não pertence ao futebol, nem mesmo à sociedade.
"No passado, a FIFPro trabalhou com sucesso em conjunto com a FIFA na luta contra o racismo, mas desde a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul, a FIFA tem se afastado desta luta, o que é bastante triste", diz outro trecho da nota oficial.
Em função disso, a FIFPro pediu ao Sr. Blatter uma discussão sobre o assunto, para, em primeiro lugar esclarecer o mal-entendido causado. Em segundo lugar para começar uma cooperação mais estreita entre FIFPro e FIFA.
Tony Higgins, porta-voz da FIFPro, foi além "A FIFPro convida a FIFA para ter uma discussão a fim de deixar claro para os jogadores que a FIFA leva muito a sério a luta contra o racismo no futebol. Estamos procurando uma cooperação mais forte e mais perto e uma relação mais visível nesta luta contra o racismo. Nós, ao lado dos jogadores, devemos ter certeza de que a FIFA está a trabalhando por soluções".