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O Ministério do Trabalho vai investigar a situação dos atuais jogadores da Francana após denúncia feita pelo empresário de um dos atletas ao Sapesp (Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo) de que vivem em “situação de abandono”. Nesta terça-feira (6), o diretor de relacionamento Mauro Costa esteve em Franca para checar as condições precárias no alojamento do clube, que fica em cima de uma oficina mecânica.
Fotos revelam que vários jogadores dividem o mesmo espaço, os quartos não têm armários, roupas e calçados ficam jogados pela casa e o banheiro está sujo. Eles reclamam ainda que estão há um mês no local e a diretoria da Francana não faz a limpeza da casa.
“Um dormindo ao lado do outro, não há distância onde os colchões estavam e eles não têm condição de levantar para ir ao banheiro. Não tem condição de nada. É uma situação completamente desumana, isso não pode acontecer”, relatou o diretor.
Alimentação inadequada
Outra reclamação é de que as refeições não são adequadas para jogadores profissionais. “O pessoal, para jogar no domingo passado [1 a 1 com o Noroeste], não tinha o que comer. Teve jogador que só comeu arroz. Com isso ele não rende e a torcida quer agredir, mas todos precisam saber, por isso estamos denunciando”, explicou Costa.
As fotos e um vídeo foram entregues ao Ministério do Trabalho. Segundo o sindicato, o próximo passo da fiscalização é apurar se os atletas são registrados, se estão recebendo salários e quais as reais condições de moradia deles na casa do atleta, que fica no centro de Franca.
“Estamos a um ano da Copa do Mundo e isso não pode existir. A torcida vê o futebol de uma outra forma, não sabe o que acontece nos bastidores, mas a Federação Paulista sabe, o Ministério Público sabe. Tem que denunciar porque senão a gente não consegue melhorar”, finalizou Mauro Costa.
A reportagem entrou em contato com o presidente da Francana, mas ele não foi encontrado para comentar o caso.
Há oito anos Francana amarga a terceira divisão
Vice-lanterna do Grupo 1 da Copa Paulista com dois pontos e um dos poucos times que ainda não venceu no torneio (ao lado de Noroeste, Paulista e Taubaté), a Francana vive crise financeira desde 2005, quando foi rebaixada da Série A2 para a Série A3. Já são oito anos consecutivos amargando a terceira divisão, sendo que em 2007 e 2011 quase caiu para a Segundona, equivalente à última divisão.
A Veterana foi fundada em 1912, é um dos mais antigos e tradicionais times do interior, e chegou à primeira divisão do Paulista em 1977, onde permaneceu por cinco anos. Em 2002, teve a chance de voltar à elite, mas perdeu o acesso duas vezes, para Marília e Portuguesa Santista. (Com EPTV)