No país do futebol o fato de nenhum jogador usar óculos em campo não significa que todos tenham boa visão. Entre os famosos, Kaká, Romário, Alex e Danilo Goiano freqüentemente são vistos fora do gramado usando lentes oftálmicas. Apesar das lentes de contato serem uma opção segura durante a prática do esporte 64% dos jogadores que não enxergam bem entram em campo sem correção visual, e 1 em cada 4 atletas nunca fez exame de vista. Este é o resultado de um levantamento inédito realizado pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier e diretor do Banco de Olhos de Campinas, Leôncio Queiroz Neto. O estudo foi desenvolvido com 80 jogadores da Confederação Paulista de Futebol. Dos entrevistados 27 ou 34% têm problemas na visão. Desses só 10 (36%) usam lentes de contato durante os treinos e jogos, 46% usam óculos quando estão fora do campo e 18% não corrigem.
O especialista explica que o bom desempenho nos esportes está diretamente relacionado à qualidade da visão que responde por 85% de nossa integração com o meio ambiente. Isso significa que a falta de correção visual impede a revelação de novos craques, além de aumentar o risco de complicações oculares. Ele diz que a perda da visão de profundidade (estereopsia) que se agrava em competições noturnas é um dos principais fatores que prejudicam o desempenho dos portadores de miopia, astigmatismo ou hipermetropia. Esta redução da visão de profundidade é decorrente da má acomodação que é a capacidade dos nossos olhos ajustarem o foco em objetos de acordo com a distância. A boa notícia é que a oftalmologia nos esportes vai muito além dos exames de vista. Inclui exercícios para o desenvolvimento dessa e outras habilidades visuais que podem fazer uma grande diferença na performance de jogadores.
Queiroz Neto diz que a velocidade do foco pode ser melhorada com o