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Futebol português mergulhado em profunda crise

Redação Sapesp (com FIFPRO)

"Eu não quero dramatizar demais, mas o futebol em Portugal está em crise profunda". As palavras, com tons de apelo e dramaticidade, foi dita por Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol de Portugal (SJPF). "Acredito que problemas podem ser resolvidos, mas os clubes devem encontrar uma solução para seus problemas." emendou.
 
Segundo o sindicalista luso, Portugal está sentindo os efeitos da crise econômica. Muitas empresas estão tendo dificuldades, muitas pessoas estão lutando por seus empregos ou em busca de um novo. E, claro, o futebol Português também está sentindo as conseqüências da má situação econômica no país.

Evangelista estampou as manchetes durante a semana ao afirmar que 80% dos clubes portugueses estão com salários atrasados. O presidente SJPF fez a afirmação durante um debate em resposta à intenção da Liga Portuguesa para ampliar de 32 para 36 clubes.

"Como é possível um campeonato de 36 clubes garantir que os salários dos jogadores serão pagos, quando o nosso campeonato atual de 32 clubes não pode fazer isso? ', indagou Evangelista. "Expandir o campeonato não é uma boa idéia. Não é uma solução para nossos problemas.", condena.
 
Atualmente em Portugal, oito clubes estão com 3 a 4 meses de salários atrasados. Os salários estão sendo pagos no tempo por todos os outros clubes, de acordo com Evangelista. "Sete ou oito clubes estão em grandes apuros. Eles podem desaparecer se não encontrar uma solução. Outros clubes às vezes têm problemas, mas no final eles sempre pagam, eles sabem como encontrar o dinheiro."

GREVE EM TREINO E DÍVIDAS ACUMULADAS

Ainda segundo o português, sempre elogiado por Rinaldo Martorelli (presidente do SAPESP E FENAPAF), os atletas de algumas agremiações chegaram a abandonar os treinos.

"A situação é extremamente difícil. Em alguns clubes, os jogadores pararam de treinar porque não receberam nenhum dinheiro por meses, e não tem dinheiro para ir ao treinamento. Isso é  um impacto negativo para a competição e concorrência.", alerta.
 
O drama é tamanho que alguns clubes estão começando a temporada com dívidas de anos anteriores, uma vez que ainda não encontraram fundos para honrar o restante da última temporada.

"Temos que melhorar o nosso sistema de licenciamento, porque o sistema atual não está funcionando", diz Evangelista. "A solução para nosso problema não é expandir a nossa liga, mas melhorar a sustentabilidade dos nossos clubes.", finaliza.

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