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Inadimplemento salarial, não aceitamos: a ratificação da nossa vitória

Ontem (05 de novembro), a Federação Paulista de Futebol em seu Conselho Arbitral da Séria A1 aprovou o Regulamento para o Campeonato Paulista de 2016. Nele, a manutenção do dispositivo negociado pelo Sindicato de Atletas de São Paulo que inibe com perda de pontos o clube empregador quanto ao inadimplemento salarial dos jogadores.
 
Durante o ano de 2015, vimos negociando o aperfeiçoamento do dispositivo com o presidente Reinaldo Carneiro Bastos, além dos requerimentos oficiais para que os clubes descumpridores fossem impedidos, até, de disputar a competição seguinte, caso não satisfizesse suas obrigações salarias.
 
Não dá para deixar de comemorar toda essa evolução.
 
Voltando um pouco no tempo, lembramos que, quando começamos a discutir essa questão em 2009 e que se concretizou em 2012, nos chamavam de loucos. Dirigentes, imprensa e o público em geral. No entanto, não esmorecemos, pois acreditávamos que esse seria um dos elementos que ajudariam a reorganizar o futebol brasileiro. Havia muita resistência dos dirigentes porque enxergavam a questão apenas sob o ponto de vista do trabalhador. Não conseguiam perceber que o dano era para o futebol como um todo. 
 
Sabemos que, embora haja melhorado muito a mentalidade reinante, ainda existe uma preocupação em ceder direitos aos trabalhadores que já são deles, como se isso fosse criar um grave problema na administração dos clubes e não o contrário. Aqueles que vêm respeitando os empregados têm conseguido ótimos resultados desportivos, é fato estatístico.
 
Assim, nosso trabalho foi o de mostrar e convencer  que um clube que saísse campeão, mas sem cumprir suas obrigações salariais, estaria ferindo de morte o resultado desportivo da competição. Mais. Que o clube que não se planejava e se deixava levar ao sabor da pressão de seus torcedores, demitindo e contratando a esmo tanto jogadores como treinadores, vinham contribuindo para a perda de credibilidade do futebol como instituição e que essa perda resultava em menos recursos, humanos e materiais. 
 
Evidente que o nosso trabalho também defende o clube, para fortalecê-lo. Empregador forte é essencial para gerar emprego e tornar o trabalhador satisfeito, e no nosso caso, futebol organizado. Defendemos incondicionalmente essa postura. 
 
Nunca dissemos que o mecanismo estava pronto. Sabíamos que com o passar do tempo, ajustes seriam necessários. É a mesma situação quando se constrói uma casa. Ela fica linda, mas somente depois de habitá-la é que saberemos quais torneiras poderão estar vazando para poder arrumá-las.
 
Assim, vendo a consolidação e aperfeiçoamento deste mecanismo, tanto em São Paulo quanto no Brasil (não esqueçamos que negociamos lá na CBF também) fruto de nosso trabalho,  acreditamos estar muito próximos ao momento em que nenhum atleta profissional de futebol deixará de receber seus salário em dia. 
 
Isso somente foi possível porque, como diria Walt Disney, adoramos trabalhar no impossível porque lá a concorrência é muito menor. 
 
Parabéns atletas e Sindicato de São Paulo por mais esta grande vitória.

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