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JÁ VAI TARDE

Oficializou-se agora o que se sabe faz tempo: Agnelo Queiroz deixa o ministério do Esporte para ser candidato nas próximas eleições.
Quando houve a reforma ministerial e Lula pediu que os que pretendessem se candidatar deixassem seus postos, Queiroz ficou.
Fingiu que não seria candidato e Lula fingiu que acreditava.
Mas o pior nem é isso.
O pior é a herança de Queiroz.
Além de diversas fotos como papagaio de pirata de atletas vencedores, da estadia no mesmo navio que hospedou Bill Gates nas Olimpíadas de Atenas, da medalha de Luisão campeão da Copa América que ficou para o ministro, de sua assinatura na camisa dos bicampeões mundiais de basquete (sim, ele assinou onde estão as assinaturas de Vlamir Marques, Amaury Pasos e companhia), dos números inflados do Segundo Tempo (um programa que herdou da má gestão FHC e só mudou o nome), da manutenção da agência de Marcos Valério como a agência do ministério mesmo depois do escândalo, o que ficou?
A tentativa de legalizar os bingos, a Timemania ainda em fase de aprovação, a vexatória negativa de ter assinado um pedido para estuprar o Estatuto do Torcedor quando comprovadamente o assinou e um imenso vazio por não ter implantado uma Política Esportiva para o país, pois optou pelo privilégio aos esportes de alto rendimento em detrimento do acesso às práticas esportivas aos excluídos.
Ah, sim, é uma sólida amizade com a cartolagem, de Carlos Nuzman a Ricardo Teixeira.

por Juca Kfouri (Blog da UOL, 03/03/2006)

A seguir serie de matérias publicadas pelo UOL/Folha de S.Paulo por Rodrigo Mattos da reportagem local e Eduardo Ohato do Painel FC.

Base eleitoral do ministro é a maior beneficiada por verba oriunda do principal projeto social do Esporte

Agnelo cobiça governo do DF, e ministério investe lá.

O maior beneficiado pelas verbas do principal programa social do Ministério do Esporte foi o Distrito Federal, onde o titular da pasta, Agnelo Queiroz (PC do B), pretende concorrer ao governo.
Levantamento feito pela Folha em dados do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos do governo) mostra que o Distrito Federal levou quase um quinto do dinheiro do programa, apesar de sua população representar somente 1,2% dos brasileiros.
Já desconsiderados gastos com serviços e produtos, os convênios do Programa Segundo Tempo com o Distrito Federal representam R$ 22,3 milhões, 17,9% do total. Agnelo reservou 14 vezes mais dinheiro para sua base eleitoral do que a sua fatia na população.
O segundo colocado é o Rio, que levou R$ 18,8 milhões.
Destinado a oferecer atividade esportiva e alimentação a crianças da rede pública de ensino, o Segundo Tempo é o carro-chefe do ministério. Ocupou mais de um quarto de seu orçamento em 2005, um total de R$ 123 milhões.
Às vésperas da desincompatilização de Agnelo do cargo, o programa tem sido incensado pelo governo. O ápice da despedida do ministro está agendado para hoje.
Ao lado do presidente Lula, ele participará de eventos no Rio para celebrar suas duas maiores bandeiras: o Segundo Tempo e o Pan-2007. Em relação ao programa social, Agnelo vai anunciar que mais 50 mil crianças serão atendidas por ele, em parceria com a ONG Viva Rio.
Nesta semana, o Segundo Tempo ganhou espaço também no programa de rádio de Lula, que entrevistou o ministro no ar.
Embora o cálculo seja feito a partir do orçamento de 2005, a maior parte do dinheiro para Brasília e os municípios em seus arredores será pago neste ano.
Só R$ 6,9 milhões do total destinado ao Estado tinham sido liberados até 24 de janeiro, data do levantamento dos dados. Ou seja, R$ 15 milhões vão ser distribuídos no Distrito Federal durante o ano.
Diferentemente do que ocorreu com outras unidades da Federação, no DF o ministério deu a maior parte da verba a ONGs, associações assistenciais e sindicatos. No total, 26 dessas entidades foram beneficiadas. O único órgão público a receber foi o governo do DF. Em outros Estados, a maior parte dos convênios foi feita com prefeituras e governos.
Um exemplo destas entidades é a Federação Brasiliense de Kung Fu. Inicialmente, a pasta lhe destinou R$ 4,1 milhões, o que seria a terceira dotação do orçamento no programa. Metade deste valor foi cortado, o que ainda permitiu que a federação fosse uma das maiores beneficiadas. Toda a verba foi liberada ainda no ano passado.
O programa atende 10 mil crianças, em nove núcleos de escolas públicas e próprias. Isso significa um gasto de R$ 204 por criança em cada ano, valor superior a outros lugares do Rio e de São Paulo pesquisados pela Folha. Com esse dinheiro, são dadas aulas de kung fu, outras lutas marciais, futebol e vôlei. Também é fornecido lanche, no meio da tarde, aos jovens atendidos.
"Temos esse programa há 12 anos. Expandimos no segundo semestre", comenta João Dias, presidente da federação de kung fu. "O processo é público."
Para receber verbas, a associação tem que fazer uma proposta para a pasta, que analisa se esta preenche os pré-requisitos e se deve à União. Então é assinado um convênio que estabelece o números de crianças atendidas.
Além do lanche e dos instrutores, a verba é usada para comprar uniformes para as crianças. Todas as camisas têm estampado o logo do governo federal, com o nome do Ministério do Esporte.
Por Brasília, há outdoors divulgando o Segundo Tempo, também com o nome da pasta. Além disso, Agnelo tem viajado pelo Brasil para visitar a inauguração dos centros do programa.
Até o dia 31, ele vai se desincompatibilizar do ministério para poder concorrer nas próximas eleições. Agnelo tenta articular uma chapa com o PT, que pretende candidatura própria. O eventual apoio de Lula e o Segundo Tempo são suas maiores armas.

OUTRO LADO

Problema técnico impede resposta, justifica pasta
O ministério não atendeu aos pedidos de esclarecimento feitos pela Folha em relação ao destino dado ao dinheiro do programa e sobre o privilégio dado ao Distrito Federal.
Após contatos telefônicos durante a semana, a reportagem enviou ontem e-mail. A assessoria de imprensa da pasta afirmou que enfrentava problemas com o servidor de internet, o que dificultava a tarefa de reunir as informações.
Houve também a alegação de que os esforços da pasta estavam concentrados na visita de hoje de Agnelo ao Rio.
O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, defendeu nesta semana o programa social Segundo Tempo ao participar do programa radiofônico ""Café com o Presidente".
""[Com o programa], a criança estuda em um turno e no outro faz atividades prazerosas. Não está na rua nem sujeita aos perigos da rua. Esse é o grande objetivo do programa", comentou o ministro.
O presidente Lula elogiou o Segundo Tempo como uma alternativa às prisões. ""A média é de R$ 11 por criança por mês. Fica infinitamente mais barato a gente investir dinheiro em uma criança num programa como esse do que construir uma cela para quando ela praticar um delito qualquer."
Agnelo animou-se com a intervenção do presidente. ""É isso mesmo, presidente. Agora, o que vale mais? Gastar R$ 11 por criança nessa fase para construir o futuro melhor e não permitir que as nossas crianças, amanhã, tenham que ir para qualquer centro desses de recuperação", argumentou Agnelo. (RM E EO)

SAIBA MAIS

Projeto é escudo contra dinheiro usado para elite

Além de principal bandeira do Ministério do Esporte, o programa Segundo Tempo também serviu de anteparo às críticas que a pasta recebe por destinar grande parte de seu orçamento para esportistas de alto nível.
A principal cobrança que o Esporte recebeu veio do Tribunal de Contas da União. Um relatório de acompanhamento de gastos produzido em 2004 exortava o ministério a mudar o destino de seus investimentos.
O TCU relatou que a pasta feria a Constituição ao direcionar grande parte de sua verba para atletas e modalidades de alto nível e que precisava dar mais apoio à base, ao nascedouro de atletas.
A resposta veio com o incremento do Segundo Tempo. Segundo informações da assessoria do ministro Agnelo Queiroz, o projeto beneficia cerca de 1 milhão de jovens "em situação de risco social". Mais de 3.000 núcleos em cerca de 800 municípios recebem dinheiro oriundo do programa.
O Segundo Tempo, que aproveitou em sua estrutura programas herdados da era FHC, virou vitrine para Agnelo no exterior, já que seu ministério implantou o projeto na África. O governo enviou técnicos para capacitar técnicos que iram atender crianças e adolescentes.

VERBA ZERO

Cerca de 5.000 crianças carentes de Niterói beneficiadas pelo Segundo Tempo nada recebem desde janeiro.

Dinheiro seca e faz favela abandonar atividades.

Melhor pouco do que nada.
É assim que reagem os envolvidos com o Segundo Tempo na favela do Sabão, em Niterói (RJ). Os trabalhos do núcleo estão suspensos desde janeiro.
Há três meses, cerca de 800 crianças entre 7 e 16 anos da favela, localizada ao lado de um dos acessos da ponte Rio-Niterói, não jogam mais regularmente futebol e vôlei na quadra de terra. Um galpão da comunidade era utilizado para a realização de aulas de reforço escolar.
O projeto também dava diariamente um lanche para as crianças. De acordo com Sérgio Emilião, diretor da Funcab (Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt), o projeto parou ""porque o governo ainda não aprovou a prestação de contas" enviada em dezembro. O Ministério do Esporte justifica o atraso com base na renovação à análise da prestação, processo que dura em média dois meses.
A Funcab organiza o Segundo Tempo em 18 comunidades carentes de Niterói (a 15 km do Rio). Pelo convênio firmado com o ministério, a fundação recebeu R$ 759 mil para atender 5.000 crianças em 2005 -extra-oficialmente, 5.600 crianças foram inscritas nos 18 núcleos.
""Não é muito, mas é essa verba que possibilita o atendimento às crianças", lamenta Emilião.
A verba propiciava que o projeto funcionasse das 8h às 12h e das 13h às 17h. Cada criança ficava nos núcleos quatro vezes por semana, duas horas por dia.
""Vamos fazer o quê? Foi bom enquanto durou. Agora, as crianças vão ficar jogadas pela favela", disse Antônio Carlos Silva Santos, morador da comunidade e monitor do projeto.
O governo federal também cedia o material esportivo, como bolas, redes e uniformes.
Na última terça, crianças continuavam a brincar na quadra de terra. "Queríamos estar jogando e, depois, comendo um lanchinho, mas a fartura acabou", disse Janio Costa, 14.

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