<div><font face=’Verdana’ size=’2′>A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) que reconheceu a natureza salarial do direito de arena a um jogador do Guarani Futebol Clube.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>O jogador foi contratado em janeiro de 1998 e teve sucessivos contratos até dezembro de 2001, quando ajuizou ação</font><font face=’Verdana’ size=’2′> na 6ª Vara do Trabalho de Campinas (SP) contra o Guarani com o objetivo de restabelecer direitos trabalhistas considerados devidos no período em que jogou no clube. A primeira instância deu sentença parcial a seu favor, decidindo que o Guarani pagasse valores relativos ao direito de arena do jogador nos anos de 1998 a 2001, com reflexos em 13ª salário, férias e FGTS.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>O direito de arena foi instituído pela Lei 9.615/98, a chamada lei Pelé, que regula o desporto no Brasil. Consiste na parcela distribuída aos jogadores a partir do valor recebido pelo clube na autorização de transmissão de um evento de futebol. O artigo 42 da Lei Pelé estabelece que pertence às entidades esportivas ?o direito de negociar</font><font face=’Verdana’ size=’2′>, autorizar e proibir a fixação, a transmissão ou retransmissão de imagem de espetáculo ou eventos desportivos de que participem?. O parágrafo primeiro deste artigo determina a distribuição de no mínimo 20% do preço total da autorização, em partes iguais, aos atletas participantes </font><font face=’Verdana’ size=’2′>do espetáculo ou evento.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Inconformado, o clube recorreu ao TRT/Campinas, que manteve a condenação. ?Não há dúvida de que o reclamante foi contratado como atleta de futebol e que, em decorrência desta relação, de índole trabalhista, recebeu valores decorrentes de seu ?direito de imagem?, e que restou previsto inclusive em seu contrato de trabalho, como parte integrante de sua remuneração (além, diga-se, do salário em sentido estrito e do pagamento do aluguel)?, observou o regional em seu acórdão.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Novamente o Guarani recorreu, desta vez ao TST, questionando a natureza jurídica do direito de arena. A Terceira Turma negou o recurso do clube seguindo o voto da ministra relatora, ministra Rosa Maria Weber, no sentido de que o direito de arena é semelhante às verbas definidas na CLT como gorjetas, e excluiu de sua incidência apenas os reflexos no aviso prévio, repouso, horas extras e adicional noturno.<br /><br /></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>O fundamento legal de tal distinção está nos arts. 457 e 458, da CLT, dos quais se depreende que a remuneração é gênero do qual o salário é espécie, sendo este compreendido como toda prestação paga diretamente pelo empregador em retribuição ao trabalho prestado pelo empregado e aquela entendida como todo pagamento pelo serviço prestado, podendo ser efetuado diretamente pelo empregador ou por terceiros, abrangendo as gorjetas?, explicou a relatora. ?Inviável entender que a parcela tem natureza indenizatória, pois é nítida a sua finalidade de remunerar o empregado pelo serviço prestado.? Em seu voto, a ministra aplica, por analogia, o entendimento da Súmula 354 do TST, que rejeita sua integração apenas em aviso prévio, repouso, horas extras e adicionais noturno. (RR-1049/2002-093-15-00.2)</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′></font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′><br />Fonte: Tribunal Superior do Trabalho, 15/05/2009</font></div>