A Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro determinou que o presidente do Vasco, Eurico Miranda, terá que dar seus bens para pagar dívida do clube com o jogador Edmundo, referente a salários não pagos. Em grandes clubes, é inédita a decisão de cobrar os débitos de dirigentes.
A juíza da 53ª Vara do Trabalho do Rio, Cláudia de Souza Gomes Freire, estabeleceu que a dívida com o jogador é de R$ 8,3 milhões. Os advogados de Edmundo pretendem penhorar os bens do cartola vascaíno.
Mas Eurico afirmou que vai recorrer da sentença da juíza, explicando que não acredita que a decisão o atinja ou aos sócios do clube. "As decisões de primeira instância da Justiça do Trabalho são estapafúrdias", disse à emissora Sportv.
Na ação trabalhista, Edmundo cobra salários relativos à passagem pelo clube em 2003. Pedidos de FGTS, multas, férias e 13º estão incluídos no processo.
O advogado do jogador, Luiz Roberto Leven Siano, indicou Eurico, o vice-presidente de Futebol, José Luiz Moreira, e todos os sócios do clube como devedores solidários do Vasco. Para isso, usou artigo da Lei Pelé, em que os clubes são considerados sociedades em comum, ou seja, todos os membros respondem por débitos.
A Justiça determinou que o presidente e o próprio clube devem ser os primeiros atingidos pelas cobranças.
"Vamos atrás da casa em Angra dos Reis, do apartamento nas Laranjeiras e dos carros", afirmou o advogado do atleta sobre os bens do presidente do clube.
"O Vasco não deve esse valor. E o seu patrimônio é maior do que o débito", defendeu-se Eurico.
Folha de S.Paulo 915/02/2006)