Baixinho não esconde a emoção em sua despedida do futebol internacional na vitória do Brasil por 2 x 1 sobre o México.
Em sua despedida da seleção brasileira, Romário mostrou um pouco do que sempre fez vestindo a amarelinha, gols. Balançou duas vezes a rede adversária na vitória do Brasil por 2 x 1 sobre o México, no seu adeus ao futebol internacional na madrugada desta quinta-feira, no estádio Coliseu, em Los Angeles (EUA).
A base da seleção brasileira foi formada por jogadores tetracampeões mundiais em 94, incluindo o comandante, o técnico Carlos Alberto Parreira. O México teve como base os jogadores que defenderam a seleção mexicana nas últimas três edições de Copa do Mundo.
O desempenho da Seleção Brasileira, como era de se esperar, foi bem abaixo do de 94. O preparação físico invejável de dez anos atrás, já não era mais o mesmo, nem de perto. Os que pareciam melhor conservados eram o goleiro Taffarel, o lateral Jorginho e o atacante Bebeto. O que mais chamava a atenção era Branco, um dos primeiros do grupo a encerrar a carreira e que estava bem acima do peso.
Até mesmo Romário, que ainda não abandonou a carreira oficialmente, estava visivelmente fora de forma. O time mexicano, apresentava melhores condições e mais velocidade. E com isso, atacou mais desde o início. E logo aos 13 minutos, Zaguinho recebeu de Garcia Aspe e tocou na saída de Taffarel, abrindo o placar: México 1 x 0.
Em vantagem, os mexicanos pressionaram em busca do segundo gol e deram trabalho à defesa brasileira, que encontrava dificuldades em se organizar. Pouco a pouco, porém, o time do México foi acusando um certo cansaço e o Brasil começou a equilibrar as ações. Romário começou a aparecer no jogo, dando trabalho à defesa mexicana.
O grande lance aconteceu aos 41 minutos do primeiro tempo, quando o Baixinho recebeu de Bebeto, passou por três adversários, chegando a lembrar os velhos tempos, mas antes de finalizar acabou desarmado por Del Olmo.
Para o segundo tempo, o México voltou com uma novidade: Jorge Campo deixou o gol e foi atuar no ataque, deixando a missão de evitar os gols para seu reserva, Fernandez. Já o Brasil voltou com Válber no lugar de Branco, dando mais mobilidade ao time.
E, de fato, a seleção brasileira voltou melhor para a etapa final. A bola já chegava com mais facilidade em Romário. Aos oito minutos, ele recebeu de Bebeto, mas ao contrário do que acontecia nos velhos tempos, o Baixinho perdeu, chutando em cima de Fernandez.
Aos 15 minutos, Romário fez fila novamente e invadiu a área, mas foi novamente desarmado. Um minuto depois, porém, não houve jeito. Bebeto tocou para Aldair, que foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para o Baixinho se antecipar à zaga e empatar a partida, 1 x 1.
O gol animou o Baixinho e a seleção brasileira, que já dominava amplamente as ações. Romário usou e abusou dos dribles nos pesados defensores mexicanos. Num desses lances, aos 32 minutos, ele passou no meio de zagueiros, pelo goleiro, mas no momento de concluir, acabou sendo calçado por Tulubiates. O Baixinho pediu pênalti, ignorado pelo árbitro americano, Kevin Sttot.
E de tanto tentar, aos 40 minutos, quando chegava o momento em que deixaria o gramado, Romário recebeu passe de Bebeto e chutou sem chances para o goleiro Fernandez, virando o jogo: Brasil 2 x 1.
Substituição e volta olímpica
Logo depois, um momento de forte emoção. Romário foi substituído por Rodrigo Carbone. Ele deixava o campo pela última vez com a camisa da seleção brasileira. O Baixinho cumprimentou seus companheiros e deu uma volta olímpica, marcando sua despedida com a camisa amarelinha.
Sem esconder as lágrimas, ele fez um agradecimento a todos, até mesmo à imprensa. "É difícil até falar. Queria poder agradecer por tudo. Sei que tive alguns problemas com a imprensa, mas sei que ela me ajudou a chegar aonde cheguei. Obrigado", disse o Baixinho antes de seguir para o vestiário. Ele agora pensa em seu futuro: se pendura definitivamente as chuteiras ou se joga o Campeonato Carioca de 2005 pelo Vasco.
Pouco depois, foi a vez de Jorge Campos repetir o ritual de Romário. O goleiro e também dublê de atacante, assim como o Baixinho, não escondeu sua emoção.
BRASIL 2 x 1 MÉXICO
Brasil
Taffarel (Zé Carlos), Aldair, Márcio Santos (Gonçalves) e Ronaldão (Aílton); Jorginho, Ricardo Rocha, Dunga (Mauricinho), Mazinho e Branco (Válber); Bebeto e Romário (Rodrigo Carbone).
Técnico: Carlos Alberto Parreira
México
Jorge Campos (Fernandez), Gutierrez (Tulubiates), Ramirez Perales, Del Olmo e Ramirez; Ambris, García Aspe, Bernal e Luis Garcia; Blanco (Hernandez) e Zaguinho (Hermosillo).
Técnico: Miguel Mejía Barón
Data: 11/11/2004 (madrugada de quarta para quinta-feira)
Local: estádio Coliseu de Los Angeles (EUA)
Árbitro: Kevin Sttot (EUA)
Gols: Zaguinho, aos 13 minutos do primeiro tempo. Romário, aos 16, e 40 minutos do segundo tempo.