Redação Sapesp (com FIFPRO)
A FIFPro mostrou-se indignada e furiosa a respeito das ameaças que sofreu César Alberto Castro Perez, jogador de futebol profissional da Venezuela, que na última sexta-feira foi ameaçado com uma arma por dois homens que o forçaram a rescindir contrato com o clube de Chipre Olympiakos Nicosia, além de derrubar seu pedido de diferenças salariais. Além do venezuelano, o clube do Chipre possui diversos jogadores brasileiros em seu elenco.
O drama vivido pelo atleta lembra o horrível incidente que ocorreu no ano passado, quando Nikola Nikezic foi espancado, estrangulado e ameaçado com uma arma por guardacostas do clube pelo russo clube FC Kuban, simplesmente a fim de obter um acordo de rescisão do jogador montenegrino.
"O que aconteceu com Castro, não tem absolutamente nada a ver com o esporte", diz Theo van Seggelen, secretário-geral da FIFPro. "Esse é um comportamento puramente criminal. Esperamos que a polícia faça seu trabalho e consiga encontrar os seus autores. Se houver prova de que o Olympiakos Nicosia está envolvido neste incidente, então FIFPro espera que este clube seja devidamente punido. Isto é uma catástrofe ".
O secretário-geral ainda completa. "A parte mais chocante deste incidente é que eu não estou realmente chocado com isso", confessou Van Seggelen. "É muito perturbador perceber que a história de Castro não me surpreende mais. Desde o abuso contra Nikezic, a FIFPro ouviu muitas histórias horríveis de jogadores sendo maltratados. E parece piorar a cada dia."
O episódio acontece três semanas após a FIFPRO publicar o Livro Negro do Futebol do Leste Europeu (Black Book Eastern Europe em Inglês), um relatório de 176 páginas sobre os problemas enfrentados por futebolistas profissionais em todo o Leste Europeu. Os resultados desta pesquisa gerou muita atenção. Os meios de comunicação e a opinião pública ficaram surpresos após reveladas as dificuldades de muitos jogadores.
FEDERAÇÕES SEM INICIATIVA
"Algumas federações reclamaram e afirmaram nada ter de errado em seus países, diferentemente do que disseram os atletas. Uma federação se recusou a aceitar o Livro Negro e disse ao carteiro para devolvê-lo à FIFPro. Uma federação supostamente lançou uma campanha de difamação pública contra os líderes sindicais do país. Uma federação ameaçou processar um jogador e ameaçou processar também a FIFPRO. ", revelou van Seggelen.
Ainda segundo o executivo, nenhuma federação procurou a FIFPRO. "Nenhuma das federações de futebol nos chamou ou mesmo qualquer um de nossos sindicatos para falar sobre como lidar com os problemas discutidos no livro negro." Ele ainda afirmou ter enviado o documento para UEFA E FIFA, que ainda analisam o Livro.
"Aparentemente, os 3.357 jogadores profissionais que participaram da pesquisa Livro Negro têm uma visão diferente sobre a família do futebol do que as outras partes interessadas …" ironizou.
SECRETÁRIO PEDE AÇÃO NO CHIPRE