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OS LUCROS GERADOS PELOS CRAQUES INFLACIONAM OS SALÁRIOS

A diferença entre os ordenados pagos nas diferentes regiões do país, entretanto, é um tímido desnível perto do abismo que separa os valores praticados no mundo do futebol da realidade social brasileira. Num país onde o salário mínimo não alcança os 100 dólares, é normal que as dezenas (ou centenas) de milhares de reais oferecidos a alguns jogadores provoquem indignação nas pessoas.
Um dos argumentos mais comuns para questionar esses ordenados milionários é o fato de a maioria dos atletas não ter nenhuma formação intelectual e mesmo assim receber mais que profissionais que passaram a vida inteira estudando. Para quem lhe expõe esse tipo de colocação que, aliás, contém uma boa dose de preconceito, o ex-goleiro Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, tem a resposta na ponta da língua: "Qualquer pessoa que tenha a oportunidade de estudar pode virar um médico. Mas nem todos nascem com o talento para ser um jogador de primeiro nível."
O que o ex-goleiro diz é verdade. Fica mais fácil entender os rendimentos desses atletas analisando-os não como trabalhadores comuns, mas como artistas. Músicos e atores, quando reconhecidos mundialmente, também são muito bem remunerados. A grande diferença é que a carreira do jogador dura bem menos, como faz questão de frisar o veterano zagueiro Mauro Galvão: "Outros profissionais com 40 anos estão no auge, os jogadores já encerraram a carreira." Além disso, é preciso frisar que apenas uma minoria tem a felicidade de ostentar altos ordenados. Segundo dados da CBF relativos a 1999, mais de 80% dos jogadores registrados na entidade recebem no máximo dois salários mínimos por mês (veja texto na página ao lado), sobrevivendo como artistas mambembes.
Também há um outro aspecto que muitas vezes passa despercebido quando se analisa de maneira superficial o que se ganha com o futebol. "Se o parâmetro é o salário médio do trabalhador brasileiro, é claro que os grandes jogadores ganham muito. Mas e o que eles geram para os clubes?", indaga Martorelli. A resposta é uma só:eles geram lucros cada vez maiores.
Revista Placar (maio/2000)

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