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Programa DEC debate o calendário do futebol brasileiro

Redação Sapesp

São Paulo (SP) – Tema de muita discussão nos últimos anos, o calendário do futebol brasileiro é o assunto em destaque do 86º programa Direito Esporte Clube, veiculado no último dia 02/07, com apresentação de Lívio Enescu e comentários de Rinaldo Martorelli e Marcelo Soares.

Lívio Enescu iniciou o programa destacando um e-mail recebido pelo telenauta Jofran, que enviou uma proposta de calendário para o futebol no país. A iniciativa foi elogiada pelos membros da mesa, que comprometeram-se abrir a discussão para os que também participam direta ou indiretamente do desporto nacional.

O presidente do Sindicato de Atletas, Rinaldo Martorelli, abriu a discussão analisando o que representa para a categoria a palavra "Calendário".

"A palavra que vem a mente é a presão.. Quando o atleta sofre uma contusão no inicio do ano muitas pessoas dizem que o atleta não tem tempo de preparo. Gosto de ver pelo aspecto juridico. Os clubes não querem se organizar, a Federação não quer por a mão nisso, a Confederação menos ainda.  Então cabe ao sindicato constituir um grupo de notáveis para analisar toda a questão de higiene e segurança do trabalho porque não temos uma norma reguladora disso, e que na verdade incide nessa questão também do calendário" aponta Martorelli.

E o presidente do sindicato é um dos profissionais mais atuantes na questão. Foi dele o projeto que deu ao atleta o direito a trinta dias de férias, assim como o recebimento de 5% de direitos de arena. O próximo passo é garantir ao trabalhador um tempo mínimo de preparação, para que estes não sofram com contusões no início da temporada.

"Estamos preocupados não só como o alojamento, o piso de jogo, o recuo das placas de publicidade no campo. Quando acionamos a DRT, eles dizem que não há regulamentação para esse tipo de reivindicação, o que dificulta sempre nosso trabalho", ressalta.

Para o sindicalista, que também preside o sindicato nacional e das américas, tratar do calendário do futebol brasileiro é também uma questão de saúde.

"É uma questão de saúde do atleta estar bem preparado para aguentar esse repuxo. É uma categoria diferente, não existe especificidade para trazer uma normatização que beneficie o trabalhador", analisa Martorelli.

JANELA DE TRANSFERÊNCIAS

Quanto o assunto caiu sobre a famosa janela de transferência, que determina algumas datas para mudanças de clubes por todo o mundo, Martorelli alertou para a falsa impressão de que os clubes perdem seus atletas no meio da competição. Para ele, muitas agremiações não vêem a hora de chegar a tão sonhada janela.

"Existe a falsa impressão de que os clubes brasileiros perdem atletas nas janelas de transferência. Não perdem. Eles estão loucos para abrir a janela para fazer negócios", ressaltou Martorelli.

Ainda segundo o sindicalista, um outro erro cometido frequentemente pela imprensa e até por profissionais do setor é achar que um clube não pode fazer a transferência fora do prazo. De acordo com Martorelli, a questão de transferências se dá no meio desportivo e não no jurídico.

"A janela de transferencia é uma medida desportiva, e não juridica. Ela é usada para preservar a integridade da competição, por isso é muito utilizada pela FIFA. Mas não é juridica. Você não pode impedir que um trabalhador venha a firmar um contrato de trabalho", explicou o presidente.

FIM DOS ESTADUAIS

Martorelli também foi enfático ao defender a continuidade dos campeonatos regionais, que para ele, são fundamentais para a classe trabalhadora. A força dos clubes do interior como empregador nos anos 80 também foi lembrada pelo ex-arqueiro do Palmeiras.

"Temos 27 competições no Brasil, é inviável adaptar o calendário (com o futebol europeu). Vai até o Piaui perguntar para os torcedores se eles estão satisfeitos com o calendário. Claro que não. O time deles fica totalmente alijado com as disputas dos grandes centros. Isso é hipocresia dos torcedores dos clubes grandes e de parte da imprensa que se diz especialista, mas não tem condições de opiniar pois não entendem nada de futebol". cutuca Martorelli.

Já o advogado especializado em direito desportivo, Marcelo Soares, ressalta a pequena parcela de trabalhadores que atuam nas primeiras divisões das competições nacionais. Ele também defende a continuidade dos regionais como alavanca propulsora de empregabilidade.

"Não tem como acabar com os estaduais. Os jogadores que vão atuar no Brasileiro não passam de 5% do total no país. Você não pode eximir clubes menores, regionais, que tenham suas equipes. Imagine o desemprego que existiria sem esses clubes", ponderou Soares. "Não tem como acabar com essas competições. Com o advento das férias de 30 dias, a solução seria enxugar o Brasileiro. Não sei se o turno e returno seria viável já que há um número excessivo de jogos", opinou.

Assim como Soares, Martorelli rechaça o fim dos estaduais e lembra da importância dos clubes do interior nos anos 80 e 90.

 "Os regionais não podem acabar. Essa visão elitista de alguns membros da imprensa vem de acordo com a paixão por seus clubes que disputam a série A e B do Brasileiro. Quando eu jogava, nós faziamos bons contratos com clubes do interior, que tinham muito mais força. Hoje o pequeno disputa apenas o primeiro semestre e por falta de competições ele só emprega durante seis meses", finaliza Martorelli.

Veja abaixo o programa na íntegra.

Untitled from direito esporte clube on Vimeo.

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