NOTÍCIAS

NULL

Responsabilidade pelo desemprego não é da CLT

<div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Dizer que CLT (Consolida&ccedil;&atilde;o das Leis do Trabalho) &eacute; extensa e pormenorizada, concedendo muitos direitos e garantias aos trabalhadores do Brasil j&aacute; virou rotina quando o assunto &eacute; o combate ao desemprego. Afinal, &eacute; lugar comum atribuir a este Diploma Legal datado de 1943, &eacute;poca em que sopravam entre n&oacute;s os ventos do totalitarismo trazidos pelo governo de Get&uacute;lio Vargas, toda a responsabilidade pelo &ldquo;engessamento&rdquo; das rela&ccedil;&otilde;es de trabalho provocado por um suposto &ldquo;paternalismo&rdquo; desta Legisla&ccedil;&atilde;o, que desestimulou o empres&aacute;rio, ao longo do tempo, a gerar os empregos que o pa&iacute;s tanto necessita para absorver a m&atilde;o-de-obra dispon&iacute;vel.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Assim &eacute; que, diariamente, assistimos a imensos debates na TV e nos jornais onde at&eacute; mesmo a imprensa parece que j&aacute; se convenceu da responsabilidade da CLT no aumento do n&uacute;mero de desempregados do Brasil, fazendo coro com os defensores da necessidade de &ldquo;completas e urgentes&rdquo; mudan&ccedil;as nas regras trabalhistas, como se estes fossem os cavaleiros do Ju&iacute;zo Final distribuindo a justi&ccedil;a e, mais ainda, como se pudessem resolver os problemas de emprego de milh&otilde;es de pessoas com uma simples &ldquo;canetada&rdquo; que autorize os empregadores a &ldquo;negociar&rdquo; com os trabalhadores os direitos de cada empresa, de cada trabalhador. &Eacute; a chamada flexibiliza&ccedil;&atilde;o da Legisla&ccedil;&atilde;o Trabalhista que, segundo a m&iacute;dia, seria o b&aacute;lsamo capaz de acabar com o atraso do Brasil nesta mat&eacute;ria.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Entretanto, nada mais falso do que carrear para a CLT a responsabilidade pelo desemprego no Brasil. Apesar de ser tachada como a maior, sen&atilde;o a &uacute;nica respons&aacute;vel pelo desemprego que assola a na&ccedil;&atilde;o, &eacute; preciso ficar claro que o grande fator gerador de empregos dentro de um sistema econ&ocirc;mico &eacute; a economia aquecida, e n&atilde;o o arcabou&ccedil;o jur&iacute;dico que regula as rela&ccedil;&otilde;es de trabalho. Trocando em mi&uacute;dos, quando a economia est&aacute; em pleno desenvolvimento, a necessidade de aumento de m&atilde;o de obra &eacute; autom&aacute;tico, independente da CLT ou dos direitos concedidos aos empregados. O emprego depende apenas do crescimento da economia do pa&iacute;s.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Sem contar que o grande respons&aacute;vel pelo alto custo da m&atilde;o de obra que pesa sobre os empres&aacute;rios do Brasil n&atilde;o &eacute; a Legisla&ccedil;&atilde;o Trabalhista, mas a inesgot&aacute;vel capacidade do governo em agregar impostos e contribui&ccedil;&otilde;es sobre todas as rela&ccedil;&otilde;es poss&iacute;veis e imagin&aacute;veis, n&atilde;o deixando de abocanhar sequer grande parte da folha de sal&aacute;rios. Afinal, encargos como PIS, Cofins, SAT, Sesi, Senai, Sebrae e tantos outros, que serve apenas para engordar o caixa do governo, n&atilde;o s&atilde;o direitos e garantias trabalhistas, ou seja, n&atilde;o podem ser debitados &ldquo;nas costas&rdquo; da CLT.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>&Eacute; ineg&aacute;vel que a CLT necessita de algumas adapta&ccedil;&otilde;es. Afinal, ela foi concebida para atender as necessidades de um tipo de trabalhador que a doutrina batizou de &ldquo;trabalhador t&iacute;pico&rdquo;, que tinha caracter&iacute;sticas bem definidas na &eacute;poca, quais sejam, geralmente era homem, de pouca instru&ccedil;&atilde;o, que fazia trabalhos repetitivos e sem grande especializa&ccedil;&atilde;o, fazendo sua vida inteira dentro da mesma f&aacute;brica, at&eacute; a aposentadoria. Entretanto, como &eacute; sabido, a realidade do mercado de trabalho mudou, influenciada, de in&iacute;cio, pela crise do petr&oacute;leo ocorrida no in&iacute;cio dos anos 70 do s&eacute;culo passado e acelerado em grande parte pela globaliza&ccedil;&atilde;o dos mercados e pelo avan&ccedil;o da automa&ccedil;&atilde;o e da inform&aacute;tica.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Assim, com a necessidade de competir neste mercado que exige empresas cada dia mais &aacute;geis e enxutas na sua forma de organiza&ccedil;&atilde;o, surgiu a necessidade de utiliza&ccedil;&atilde;o de m&atilde;o de obra que preste servi&ccedil;os de forma diversa daquelas conhecidas. &Eacute; o chamado &ldquo;trabalhador at&iacute;pico&rdquo;, que desenvolve seu mister de formas distintas, como trabalho em casa ou tele-trabalho, trabalho em tempo parcial, ou ainda trabalho para v&aacute;rios empregadores ao mesmo tempo, entre outros.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Entretanto, a CLT tamb&eacute;m mudou, e muito, para acompanhar esta evolu&ccedil;&atilde;o das formas de contrata&ccedil;&atilde;o. Fato &eacute; que nosso Ordenamento Jur&iacute;dico j&aacute; prev&ecirc;, h&aacute; tempos, o chamado &ldquo;banco de horas&rdquo;, a contrata&ccedil;&atilde;o por cooperativas de trabalhadores, a contrata&ccedil;&atilde;o pela forma de &ldquo;pessoa jur&iacute;dica&rdquo;, enfim, n&atilde;o se pode dizer que a CLT permanece com a mesma disposi&ccedil;&atilde;o de 60 anos atr&aacute;s, vez que ela vem se modernizando ao longo do tempo.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>O que est&aacute; emperrando a gera&ccedil;&atilde;o de empregos &eacute; o apetite insaci&aacute;vel do governo em taxar todas as formas de rela&ccedil;&atilde;o existente no mercado, motivado pela incompet&ecirc;ncia em atentar para o necess&aacute;rio corte de despesas desnecess&aacute;rias, ao inv&eacute;s de querer arrecadar mais e mais sem se preocupar com os &ldquo;efeitos colaterais&rdquo; que este apetite voraz traz ao mercado.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>As mudan&ccedil;as reclamadas na CLT devem ser, na verdade, apenas para adequa&ccedil;&atilde;o do dia a dia das rela&ccedil;&otilde;es de trabalho, e n&atilde;o para afastar totalmente a prote&ccedil;&atilde;o que deve ser dispensada ao lado mais fraco da rela&ccedil;&atilde;o de emprego, qual seja, o empregado. Afinal, n&atilde;o podemos nos esquecer que j&aacute; houve um tempo (entre o final de 1700 at&eacute; o in&iacute;cio de 1900) em que a Legisla&ccedil;&atilde;o n&atilde;o contemplava qualquer medida de equil&iacute;brio da rela&ccedil;&atilde;o entre capital e trabalho, na &eacute;poca do chamado Liberalismo Econ&ocirc;mico, com tr&aacute;gicas conseq&uuml;&ecirc;ncias aos trabalhadores (explora&ccedil;&atilde;o de menores, de mulheres, longas jornadas di&aacute;rias de trabalho, sem f&eacute;rias ou qualquer outro benef&iacute;cio).</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>N&atilde;o parece sensato advogar pela volta deste per&iacute;odo negro na hist&oacute;ria da humanidade. O passado ensina. Aprender com os erros &eacute; uma virtude e uma forma de progress&atilde;o em busca de melhores condi&ccedil;&otilde;es de vida, para atingirmos a plenitude da dignidade humana.</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Por Leonardo S. Passafaro J&uacute;nior</font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 10pt’><font face=’Verdana’>Revista Consultor Jur&iacute;dico, 16/11/2007</font></span></div><div>&nbsp;</div>

Compartilhar:

+ NOTÍCIAS

Institucional

WhatsApp Image 2025-06-16 at 20.06.42

Martorelli se reúne com novo presidente da CBF, Samir Xaud

Institucional

WhatsApp Image 2025-06-15 at 17.49.11

Sindicato de Atletas SP participa de reunião com presidente da FIFA, Gianni Infantino

Social

WhatsApp Image 2025-04-23 at 16.10.37 (1)

Sindicato de Atletas SP recebe visita de representantes do projeto social Meninas em Campo