<font face=’Verdana’ size=’2′>Custo anunciado há quatro anos era de R$ 523,84 milhões; participação do governo federal cresce e paga meio evento.<br /><br />Executivos da Prefeitura do Rio não descartam mais dinheiro público no evento, que ainda assim não terá todas as metas cumpridas.<br /><br />Os governos (federal, estadual e municipal) declaram gastar com o Pan-07 ao menos R$ 2,847 bilhões. Dados obtidos pela Folha revelam que a conta subiu 443,5% em relação ao valor anunciado pelo Comitê Olímpico Brasileiro e políticos no dia da vitória da candidatura carioca, em 2002.<br />O evento estava orçado, nos três níveis de governo, em US$ 128,6 milhões -ou R$ 523,84 milhões em valor corrigido.<br />Apesar da elevação do custo, executivos da Prefeitura do Rio e do governo federal não descartam que mais dinheiro público poderá ser consumido.<br />A outra surpresa das contas é a maior participação do governo federal. Em 2002, os gastos eram equivalentes a 33,8% do total. Agora, a participação é de R$ 1,439 bilhão, mais da metade dos investimentos. As maiores verbas federais serão em segurança (R$ 385 milhões), na construção da Vila do Pan (R$ 189 milhões) e do Complexo de Deodoro (R$ 76,9 milhões).<br />Embora tenha tido mais despesas, o Ministério do Esporte não contesta o aumento de gasto. ""O Pan foi compromisso do país com a comunidade internacional. Cabe, portanto, ao governo federal garantir a realização dos Jogos com a qualidade que um evento deste porte exige", informou a assessoria de imprensa do ministério.<br />A Prefeitura do Rio já contabiliza um gasto quatro vezes maior ao orçado em 2002, tendo comprometido R$ 1,276 bilhão. O estádio olímpico João Havelange é o principal investimento municipal. Até agora, R$ 315 milhões foram gastos na construção do estádio com capacidade para 45 mil pessoas.<br />Nanico no rateio, o governo do Estado teve o seu orçamento inflado em três vezes. A conta subiu de R$ 39 milhões para R$ 132 milhões. Sua maior despesa é a reforma do complexo do Maracanã. Apesar dos cerca de R$ 80 milhões investidos, o Maracanã deverá ser submetido a outra grande reforma, caso o país seja a sede da Copa-2014. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, já disse que somente após novas obras o estádio poderá receber o Mundial.<br />O único conflito nos dados dos governos é sobre as obras na Vila do Pan. A prefeitura, que gastará cerca de R$ 100 milhões com infra-estrutura, calcula o total em R$ 300 milhões.<br />O prefeito Cesar Maia alega que o dado foi incluído na lista porque se trata de parceria com o governo federal. Já Brasília também soma R$ 300 milhões. A Caixa Federal financiará R$ 190 milhões para erguer 17 prédios. Outros gastos na Vila não foram informados.<br />Apesar da alta conta, vários legados prometidos pelos governantes aos moradores do Rio não saíram do papel. A prefeitura anunciara que o Hospital Lourenço Jorge seria reformado. Depois da crise na saúde pública no Rio, em 2006, o hospital foi retirado do projeto. Os governos também não viabilizaram novas linhas de transporte público (metrô, trens e barcas) para a Barra da Tijuca, que concentrará os atletas.<br />Depois da conta divulgada em 2002, os organizadores do Pan divulgaram outros dois orçamentos. Em fevereiro de 2003, segundo levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas, o custo já seria de US$ 225 milhões (R$ 999,33 milhões, corrigido pelo câmbio da época e pelo IPCA no período). Na conta estava incluída a parte do Co-Rio (comitê organizador dos Jogos), que era de R$ 219,96 milhões. Os governos gastariam R$ 779,37 milhões.<br />Em 2005, o comitê divulgou o custo operacional do evento: R$ 691 milhões. Esse valor não incluía gastos com segurança e construção de instalações esportivas. O valor seria custeado pelos três níveis de governo. O Co-Rio só comenta os valores apresentados em 2005.<br /><br />Por Sérgio Rangel<br />Folha Esporte/Painel FC, 19/10/2006<br /></font>