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Sindicato de Atletas SP notifica FPF e aponta risco de morte para atletas em jogos no horário de verão

Um erro primário. Assim classificou a cúpula do Sindicato de Atletas Profissionais de São Paulo sobre o horário da partida realizada no último domingo entre Botafogo e São Bento, às 11 horas da manhã, em Ribeirão Preto, na estreia das equipes no Campeonato Paulista 2019. 
 
De acordo com o Portal AccuWeather, um dos maiores e mais precisos do planeta, a temperatura alcançou a marca dos 35ºC durante o embate, com a sensação térmica ultrapassando a casa dos 40ºC.


 
Para deixar a situação ainda mais dramática, pelo fato de ser uma estreia, os atletas ainda estavam bem abaixo das condições físicas ideais. Isso sem contar a natural disputa por posição no início da temporada, que pode fazer com que jogadores equivocadamente ultrapassem ainda mais seus limites para não darem espaço aos concorrentes. 
 
“É algo insano, um erro primário. Por isso os atletas precisam tanto do Sindicato de São Paulo de São Paulo, uma entidade responsável e que não precisa baixar a cabeça para interesses comerciais. A FPF, cada vez mais, mostra que essa conversa de integração com os atletas é a mais pura balela. Instituiu até uma comissão de atletas, porém com gente que não tem compromisso com a categoria. Quando se fala em ouvir o atleta, não é apenas sentar em uma mesa e tirar uma foto para a imprensa ver. É tratar o assunto com responsabilidade. Alguns dirigentes da FPF foram jogadores e mesmo assim esqueceram que no verão de Ribeirão Preto a temperatura ultrapassa os 40 graus”. A situação é sempre essa, há até os que falam muito em defesa dos atletas, mas na hora de tomar atitude só o nosso sindicato mesmo. Todo mundo quer segurar o elo mais forte da corrente”, esclareceu Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato de Atletas de São Paulo.
 
RISCO DE MORTE
 
Assim que a partida foi realizada, o sindicato que defende todos os atletas do Estado de São Paulo notificou a FPF (clique aqui) com base em estudos realizados pelo reconhecido fisiologista, Turíbio Leite de Barros Neto.
 
Neles, Turíbio alerta para o risco de morte em casos extremos, com temperatura central corporal ultrapassando a casa dos 40 graus. A hipertermia e lesões cerebrais causadas pela exposição ao sol também foram citadas.
 
"Há diferenças individuais, mas alguns atletas chegaram a passar de 40 graus de temperatura. Não adianta medir a temperatura ambiente, porque você não saberá qual é a repercussão disso no organismo. Também percebemos que, quando se solicitava ao jogador para que descrevesse como estava se sentindo, ele dizia que não era nada demais. O atleta é acostumado ao sofrimento, faz parte do dia a dia dele, só que a vulnerabilidade de seu sistema nervoso central é a mesma de qualquer sedentário. É um perigo silencioso, assintomático", explicou o médico. 
 
"Pode acontecer desde uma situação de mal-estar, vômitos, tonturas ou desmaios, como também não é terrorismo dizer que pode levar a um caso de lesão neurológica, que, por usa vez, pode resultar em coma ou até ao óbito. Os resultados falam por si mesmos mais que qualquer argumentação. Nos episódios de morte que temos registrado no futebol, são duas as possibilidades. Uma é um problema cardíaco, outra é hipertermia, ou morte súbita, que é difícil de ser detectada e acontece devido ao calor", completou.  
 
Em 2013, contratado pelo Sindicato de Atletas São Paulo, Turíbio (à esquerda na foto) realizou tais estudos durante os jogos Simulatórios da Copa 2014, evento em que o sindicato paulista simulou os horários das partidas do mundial para comprovar o risco de morte dos atletas durante a competição. Na época, a FIFA agendou jogos às 13h em cidades como Fortaleza, Manaus, São Paulo e Brasília. Com o parecer médico concluído, Martorelli o entregou em mãos ao então presidente da FIFA, Joseph Blatter.
 
“Há muito tempo realizamos estudos desse tipo, nossa batalha vem de longe. Tanto que conseguimos a mudança automática das partidas no horário de verão das 16h para 17h. Não há condição de realizar jogos após às 10 horas da manhã ou antes das 17 horas.  É comprovado que estamos colocando a vida dos atletas em risco”, alerta.
 

Além dos jogos às 11 horas, o Sindicato de Atletas de São Paulo também solicitou alteração nos horários das partidas agendadas às 16 horas e 16h30, como aconteceu na partida entre Ponte Preta x Oeste no primeiro duelo da competição. 
 
TORCEDORES 
A intensidade do calor no mês de janeiro tem afetado não apenas atletas, mas também torcedores. No duelo entre Ponte e Oeste, o médico da ambulância que fica dentro do campo precisou atender um torcedor que sofreu um infarto na arquibancada. 
 
Até mesmo a partida entre Bragantino e Guarani, disputada à noite m Bragança Paulista, precisou ser interrompida por cerca de cinco minutos após uma torcedora do Guarani, não identificada, passar mal devido ao forte calor que assola todo o Estado de São Paulo. Ela precisou receber atendimento no gramado do estádio Nabi Abi Chedid.

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