<P align=left><STRONG>Clubes culpam os direitos de proteção aos atletas, mas não aceitam discutir a forma pela qual são administrados. </STRONG></P><P align=left>No ultimo dia seis, o presidente do Flamengo, Márcio Braga se encontrou com o presidente da República, Luiz Ignácio Lula da Silva em Brasília, a fim de resolver as pendências financeiras do clube junto ao INSS. </P><P align=left>Conforme saiu na imprensa, durante esse encontro, o presidente do clube carioca criticou a política desportiva do país, principalmente no que diz respeito ao futebol. Márcio Braga falou sobre o contrato de trabalho dos jogadores, Lei Pelé, incentivos fiscais, etc.</P><P align=left>O Sindicato, através de seu presidente, Rinaldo Martorelli, enviou uma carta à imprensa e ao próprio Presidente, defendendo os direitos da categoria e expressando a opinião da entidade. </P><P align=left>’ Em vista da visita do Presidente do Clube de Regatas Flamengo ao Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, a FENAPAF – Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, através de seu Vice-Presidente Rinaldo José Martorelli, enviou carta ao Presidente da República solicitando audiência, e refutando os argumentos apresentados pelo nobre Presidente do Flamengo.</P><P align=left>Nâo se pode aceitar que tentem responsabilizar os atletas pelo estágio falimentar do futebol. Se os atletas recebem altos salários – como muitos afirmam – é porque os clubes concordaram em lhes pagar. O que é inconcebível é que atletas, ou qualquer outro trabalhador fique sem receber salários, sequer por um mês.</P><P align=left>Os atletas, através de seus órgãos representativos de classe, estão abertos ao diálogo para tratar de uma nova legislação contemplando os direitos do clube-empregador, aqui entendido o que paga salários em dia – pois relação toda relação trabalhista baseia-se no binômio trabalho-salário. </P><P align=left>Entretanto, o ponto de partida para qualquer discussão não deve ser o salário dos atletas, mas sim, o gerenciamento dos clubes. Aceitamos discutir, toda e qualquer mudança nas relações trabalhistas entre atleta-clube, desde que seja discutido a forma pelo qual os clubes estão sendo administrados.</P><P align=left>A paciência dos atletas chegou ao fim. A greve debelada pelos atletas do Guarani de Campinas, foi apenas o estopim de um movimento que poderá ser uma constante em 2004, basta que os clubes deixem de honrar com sua parte na relação trabalhista: pagar os salários.'</P><P align=left>Atenciosamente,</P><P align=left>Rinaldo Jose Martorelli<BR>Vice-Presidente da FENAPAF – Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol<BR>Presidente do SAPESP – Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo<BR>Membro do CNE – Conselho Nacional de Esporte</P><P align=left>16/1/2004</P>