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Sonho de se tornar jogador internacional pode acabar mal

<div><span style=’FONT-SIZE: 11pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>O Brasil &eacute; um celeiro de talentos do futebol e exporta jogadores, muitos ainda meninos, para todo o mundo. Eles sonham em ser um novo fen&ocirc;meno, algu&eacute;m que marque a hist&oacute;ria do esporte como tantos outros j&aacute; fizeram.<br /><br />Mas o sonho pode se transformar em pesadelo caso seja confiado a algum dos in&uacute;meros golpistas que atuam como empres&aacute;rios no ramo. Not&iacute;cias de fam&iacute;lias pobres que perderam tudo o que tinham na esperan&ccedil;a de ver o filho se tornar um jogador internacional t&ecirc;m sido cada vez mais recorrentes.<br /><br />O farsante mais recentemente descoberto &eacute; Milton F&eacute;lix Paulino, que iludiu 17 fam&iacute;lias no Rio de Janeiro e em S&atilde;o Paulo. Ele se apresentava como empres&aacute;rio de clubes europeus e prometia sal&aacute;rios em euro para meninos que nunca havia visto jogar. Algumas fam&iacute;lias ludibriadas por documentos falsos mostrados pelo golpista chegaram a vender suas casas para cumprir a exig&ecirc;ncia do falso empres&aacute;rio. Paulino dizia que poderia levar o menino para a Europa, mas a fam&iacute;lia precisava dar a ele R$ 10 mil reais em um curto espa&ccedil;o de tempo. A pol&iacute;cia calcula que o falso empres&aacute;rio tenha conseguido ganhar R$ 200 mil em um ano.<br /><br />Tamb&eacute;m h&aacute; profissionais ligados a clubes que conseguem se aproveitar de jovens jogadores. &Eacute; o caso do ex-goleiro Wilson Branco Filho, que, ap&oacute;s encerrar a carreira, trabalhou em v&aacute;rias equipes como Guarani e Figueirense, at&eacute; tornar-se preparador de goleiros do time japon&ecirc;s Requios Football Club.<br /><br />Em setembro de 2006 Wilson levou cinco meninos que atuavam nas categorias de base em times do Brasil com a promessa de um futuro brilhante no Jap&atilde;o. Eles passariam por um per&iacute;odo de adapta&ccedil;&atilde;o e depois, caso a comiss&atilde;o t&eacute;cnica os aprovasse, teriam um contrato de jogador profissional com o Requios.<br /><br />Os meninos tiveram que pagar pela passagem de ida ao Jap&atilde;o e ficaram oito meses sem contrato, s&oacute; treinando, e recebendo apenas um ter&ccedil;o da ajuda de custo que o Requios pagava. O resto do dinheiro era embolsado pelo<br />ex-goleiro, que ficou conhecido como Wilson Patifaria, depois que um dos meninos procurou a Imigra&ccedil;&atilde;o e descobriu que todos tinham contrato profissional, s&oacute; que de artistas, com assinaturas falsificadas.<br /><br />Farsantes como Wilson conseguem enganar at&eacute; mesmo jovens com um pouco mais de experi&ecirc;ncia e com uma carreira j&aacute; iniciada. Luizinho Pereira, 21 anos, jogava no Fluminense desde 1998 e ficou l&aacute; at&eacute; 2007, quando j&aacute; atuava pelos profissionais. Ele chegou a jogar pela Sele&ccedil;&atilde;o brasileira sub-20 e, mesmo assim, caiu no &quot;conto do vig&aacute;rio&quot;.<br /><br />Luizinho saiu do Fluminense, em um excelente momento de sua carreira, por ter recebido uma proposta de tr&ecirc;s empres&aacute;rios — um brasileiro, um alem&atilde;o e um italiano — para jogar no time russo Rostov. O jogador conta como foi sua experi&ecirc;ncia no exterior: &quot;Me disseram que um dos empres&aacute;rios estaria me esperando no aeroporto em Moscou e quando cheguei n&atilde;o tinha ningu&eacute;m l&aacute;. Da&iacute; come&ccedil;aram as revela&ccedil;&otilde;es. Eu fui achando que j&aacute; tinha um contrato e queriam me colocar para fazer testes. Eu recusei. Al&eacute;m disso, me ofereceram &quot;X&quot; quando estava no Brasil e teria direito a uma quantia &quot;Y&quot; de luvas (pr&ecirc;mio de assinatura). Chegando &agrave; R&uacute;ssia, queriam me pagar praticamente metade de &quot;X&quot; e n&atilde;o teria direito a luvas. Para conseguir voltar para casa, minha m&atilde;e entrou em contato com o Consulado, pois faltava uma passagem de Rostov at&eacute; Moscou. Quando j&aacute; estava pronto para ir embora, no quarto dia, um representante dos empres&aacute;rios, que deveria ter me buscado no aeroporto no primeiro dia, apareceu. Ainda tentou me convencer a ficar, mas eu acho que tudo que come&ccedil;a errado, termina errado. Preferi voltar para o Brasil&quot;.<br /><br />Luizinho deixou um clube grande e tradicional do Brasil seduzido pela proposta de ser um jogador internacional e receber sal&aacute;rios altos, o que acabou prejudicando sua carreira. &quot;O pior de tudo nesta hist&oacute;ria foi ter deixado o Fluminense. Estava em lugar onde era feliz e j&aacute; tinha grande parte da minha hist&oacute;ria ali escrita. T&iacute;tulos, sele&ccedil;&otilde;es de base, profissionaliza&ccedil;&atilde;o… Muita coisa eu conquistei pelo Fluminense&quot;. Depois de voltar da R&uacute;ssia, Luizinho jogou no Figueirense e disputou a Ta&ccedil;a Rio pelo Volta Redonda. Nesse meio tempo se aventurou em uma nova tentativa de entrar no mercado internacional, desta vez na Rom&ecirc;nia. O jogador criou expectativas no time FC Unirea, que quis contrat&aacute;-lo, mas o empres&aacute;rio que teria que encontr&aacute;-lo no aeroporto, ainda n&atilde;o tinha chegado. E ele n&atilde;o apareceu durante toda a semana. O empres&aacute;rio pediu para que Luizinho viajasse para a capital romena com o time no sexto dia, e l&aacute;&nbsp;o encontraria e o contrato seria assinado. &quot;Eu preferi voltar para a casa com a &uacute;nica seguran&ccedil;a que eu tinha: minha passagem de volta&quot;, conta.<br /><br />Existem ainda hist&oacute;rias mais dram&aacute;ticas, como a de Carlos Fabr&iacute;cio, que jogou pelo Atl&eacute;tico Mineiro dos 14 aos 17 anos, quando saiu para fazer testes para o Real Madri, na Espanha. Carlinhos, como era conhecido, disse que ficou em uma rep&uacute;blica com muitos outros meninos que tamb&eacute;m tiveram seus sonhos frustrados. Ele ficou na Espanha 28 dias e n&atilde;o chegou a realizar os testes para o time. Treinou algumas vezes, mas a situa&ccedil;&atilde;o estava se agravando, o dinheiro dado pelo empres&aacute;rio, que segundo ele, tamb&eacute;m foi enganado, estava acabando e Carlinhos chegou a ficar sem comer. O rapaz voltou para o Brasil com a ajuda dos pais e desistiu da carreira. &quot;N&atilde;o quero mais saber de futebol, perdi o gosto. Agora &eacute; s&oacute; como lazer, n&atilde;o vou passar por isso de novo&quot;, diz.<br /><br />Em uma reuni&atilde;o com o presidente da Fifa, Joseph&nbsp;Bletter, em janeiro deste ano, o presidente Lula fez reclama&ccedil;&otilde;es sobre a transfer&ecirc;ncias precoces de jogadores brasileiros e que acarretam neste tipo de problema. Blatter, por sua vez, cobrou de Lula a&ccedil;&otilde;es no pa&iacute;s que evitem a evas&atilde;o precoce. &quot;&Eacute; uma esp&eacute;cie de escravid&atilde;o moderna. Eu fiquei muito satisfeito que ele tenha levantado essa quest&atilde;o. Eu lhe respondi que no que se refere &agrave; prote&ccedil;&atilde;o dos jovens, a Fifa j&aacute; tomou sua decis&atilde;o que n&atilde;o deve mais haver transfer&ecirc;ncias antes dos 18 anos&quot;.<br /><br />O dirigente m&aacute;ximo do futebol reconheceu tamb&eacute;m que&nbsp;a medida levar&aacute; algum tempo para ser implantada e pediu aos pa&iacute;ses onde a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; recorrente que colaborem, registrando os atletas desde as categorias de base.<br /><br />Para evitar novos casos como o de Carlinhos e Luizinho o advogado Martinho Miranda, membro da Comiss&atilde;o de Esporte e Lazer da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), recomenda que os pais deem prefer&ecirc;ncia ao contato direto com os clubes.<br /><br />Por Emanuelle Bezerra </font></span></div><div><span style=’FONT-SIZE: 11pt; COLOR: #333333′><font face=’Verdana’ size=’2′>Opini&atilde;o e Not&iacute;cia, 01/03/2009</font></span></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>&nbsp;</font></div><div><span style=’FONT-SIZE: 11pt; COLOR: #333333′><a href=’http://www.opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=22282&amp;gclid=CPuFrZ_6qpkCFQZlswodWhxKqQ’><font face=’Verdana’ color=’#333333′ size=’2′>http://www.opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=22282&amp;gclid=CPuFrZ_6qpkCFQZlswodWhxKqQ</font></a></span></div>

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