Uefa condena exigência de grandes clubes para liberar jogadores.
O Congresso da Uefa adotou nesta quinta-feira, por unanimidade, uma resolução em defesa dos "princípios de igualdade e solidariedade" que condena a atitude do G-14, grupo que reúne os 18 clubes mais fortes da Europa e que defende uma compensação econômica pela liberação de jogadores para defenderem suas seleções.
O presidente da Uefa, Lennart Johansson, anunciou o apoio unânime ao texto, que definiu como uma "resolução muito firme". "A filosofia de solidariedade da Uefa não pode ser rompida pelo G-14, que só se importa com os princípios econômicos", afirmou Johansson.
A resolução, que consta de sete pontos, justifica a norma da Uefa sobre a obrigatoriedade dos clubes de liberar os jogadores para as partidas das seleções nacionais, afirmando que isso é essencial para que "todos os países, por menores que sejam, possam competir em igualdade de condições".
Os sete pontos do texto aprovado hoje em Budapeste são os seguintes:
1. O futebol está em constante mudança e se adaptando a novos desafios. Uma função fundamental da Uefa é enfrentar esses desafios e encontrar soluções para o futuro, sem perder a essência de nossos princípios e de nossas crenças.
2. O futebol é justiça, oportunidade, lazer e variedade. Não é um negócio fechado onde apenas os ricos e poderosos são convidados à mesa. A Uefa não tolerará um sistema no qual os clubes pequenos e seus torcedores nunca tenham a possibilidade de perseguir seu sonho.
3. Estes princípios refletem uma realidade: o futebol não é um exercício para fazer dinheiro, não é um negócio. Temos normas e princípios que refletem nossos valores e protegem os interesses de nosso esporte e de seus milhões de fãs. Entre esses princípios está a regra de que os clubes devem liberar seus jogadores para as seleções.
4. Por que temos esta norma? Para garantir que as seleções sejam compostas pelos melhores jogadores que cada país pode oferecer. Além disso, a regra assegura que os jogadores sempre terão a oportunidade de representar seu país, que é a maior honra na carreira de qualquer atleta. Isto significa que todos os países, especialmente os menores, têm uma chance de competir e talvez, algum dia, de ganhar um evento como a Copa do Mundo ou a Eurocopa. Pode ser apenas uma pequena oportunidade, mas pelo menos é uma chance.
5. Um autoproclamado grupo de clubes desafiou esta norma. Eles não estão interessados em proteger a competição, mas apenas em se proteger, em proteger seus interesses econômicos e em impor suas condições a outros. Este grupo não se preocupa se houver menos competição entre países ou entre clubes, mas a Uefa se preocupa, e é por isso que defenderemos esta norma, conjuntamente com a Fifa.
6. A Uefa também defenderá a natureza aberta e a estrutura mercantil da Liga dos Campeões. Assim como a norma de liberação dos jogadores, esta é uma expressão de solidariedade no futebol europeu. Manteremos a porta aberta para que os clubes dos países pequenos joguem no mais alto nível do futebol europeu. Não fecharemos essa porta, que parece ser o que esse autoproclamado grupo de clubes quer.
7. A Uefa não ficará no caminho daqueles que querem deixar a família (e também as competições domésticas) e que não compartilham nossos valores esportivos. (…) Defenderemos nossas crenças e nossas normas. Nossas estruturas podem evoluir, mas nossa base é firme. Todas as federações nacionais compartilham com a Uefa este aspecto fundamental.
Site Uol (Agência EFE