<div><font face=’Verdana’ size=’2′>As aventuras de um dirigente que sabia como ninguém montar uma equipe<br /> <br />Era uma vez um clube de futebol. Na realidade, sua existência se resumia a apenas manter um time para disputar os campeonatos. Mas, ainda assim, ele só reunia condições para participar de uma ou duas competições por temporada e olhe lá. Entrava ano e saía ano tudo continuava na mesma: sem dinheiro, sem torcida, sem título.<br /><br />Porém, esse clube possuía um rei, ou melhor, um presidente, que mandava e desmandava, afinal o time só “existia” porque ele mantinha um bom relacionamento com o poder da federação do seu estado. Recebia<br />adiantamentos de receita e assim ia empurrando a equipe com a barriga. É claro que como contrapartida para essas benesses ele apenas teria de apoiar os mandatários máximos do futebol em tudo aquilo que eles lhe<br />pedissem.<br /><br />Tal status dava-lhe uma prazerosa sensação de poder e recursos que eram suficientes apenas para contratar sua comissão técnica e alguns poucos jogadores que mal davam para completar um elenco. Mas isto não era<br />problema para ele. Caso não conseguisse contar com 25 ou 28 atletas para formar um elenco, sabia que podia recorrer a alguns empresários que ficariam satisfeitos em colocar seus pupilos em uma vitrine.<br /><br />A torcida, coitada, já estava mais do que acostumada aos desmandos do “monarca” que reinava sem contestações. Sua palavra era lei. Para ele pouco importava seguir as normas que aumentassem a segurança do estádio. Não queria saber de ninguém que ousasse dividir os refletores com ele. Por isso, nem recebia os raríssimos representantes de grupos que sondavam o clube para investir no futebol, pois não precisava deles.<br /><br />Os técnicos, coitados, eram contratados já sabendo que os dias estavam contados, pois só um milagre poderia fazer com que aquele apanhado de jogadores chegasse a uma posição honrosa no campeonato. Se o time perdesse três partidas seguidas, nem precisariam de aviso, pois já sabiam que estariam no olho da rua. Assim, se antecipavam e pediam demissão, para ter uma saída menos vexatória.<br /><br />Um dia seus súditos, cansados dessa situação, tomaram coragem e botaram o “monarca” para fora. Chegaram entusiasmados, com grandes idéias, nobres, ousadas até… Cercaram-se de profissionais experientes, que queriam modernizar o clube. Melhoraram a estrutura do time, passaram a pagar os salários em dia e contrataram reforços, sonhando com dias melhores.<br /><br />Foi aí que tiveram uma surpresa. O futebol possuía ainda outros “monarcas” que não tinham o menor interesse em mudar o modelo que imperava no futebol, até porque em time que está ganhando não se mexe. Viram que seria difícil travar uma luta solitária, pois os demais clubes eram submissos ao poderes instituídos. Até o “rei” supremo daquele país desconhecido das nações ricas (exceto pelo futebol) se curvava aos senhores feudais<br />presentes no esporte das massas.<br /><br />Depois de um tempo concluíram que seria melhor cuidar dos seus negócios particulares e da família, já que aquilo tudo era algo muito complicado para eles. Aliás, foi aí que descobriram de onde vem a expressão “futebol<br />é uma caixinha de surpresas”.<br /><br />Com o trono vago, o antigo “monarca” retornou ao posto com muita pompa e mostrando como ele era valioso para o time, deixando feliz a imprensa “chapa branca” e os membros do poder esportivo daquele reino.<br /><br />FIM</font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′> </font></div><div><font face=’Verdana’ size=’2′>Por Antonio Afif</font></div><span style=’FONT-SIZE: 12pt’><font face=’Verdana’ size=’2′>Cidade do Futebol</font><br /><br /></span>