REDAÇÃO SAPESP
Pernas em greve por um minuto. É assim que a Associação de Jogadores Profissionais de Futebol da Argentina pretende chamar a atenção para a violência que prevalece no futebol do seu país.
Os argentinos vêm sofrendo há anos com o comportamento violento não só de torcedores, mas dos próprios jogadores uns com os outros, e até da polícia. Nas últimas semanas, segundo a FAA, o número de incidentes aumentou de forma alarmante. A principal delas foi a agressão sofrida por um jogador nas mãos de um policial.
Na sexta feira, dia 1 de Março, a violência interrompeu, em Rosário, o jogo entre Newell e Belgrano. Perto do final do da partida, a polícia provincial agiu violentamente contra os torcedores do Belgrano. Os jogadores tentaram acalmar os policiais e pediram para que as agressões terminassem. Foi então que o capitão da equipe, Gaston Turus, foi atingido no rosto com um cassetete. "Um ataque covarde e injustificável", como foi descrito pela FAA. Turus sofreu um corte perto do olho e teve que ser atendido pelos médicos do clube.
A FAA abordou o tema durante uma reunião com o governador de Santa Fé. Além da reunião, em que cobrou as autoridades locais, a entidade anunciou que tomará medidas. Desde o dia 8 de Março, os jogadores protestam pacificamente dentro de campo. Eles permanecem imóveis por um minuto após o pontapé de saída e planejam desta forma chamar a atenção para três pontos importantes:
– Um repúdio de ações violentas
– Um aviso para os executivos de esportes e as autoridades competentes
– Uma convocação para a reflexão de todos, a fim de ter eventos melhores e mais seguros.
O presidente da FAA, Carlos Pandolfi, aprovou a medida. 'Os estádios aplaudiram a medida. Durante as partidas com protesto não houve distúrbios nos estádios.", comemorou.
JOGADORES SE MOBILIZAM NO BRASIL
Vizinho da Argentina e sede da próxima Copa do Mundo, o Brasil também sofre com a violência no futebol. Não bastasse os inúmeros casos de mortes envolvendo torcidas organizadas, são os jogadores agora passaram a ser alvos de ataques de marginais.
O caso mais preocupante é o da Sociedade Esportiva Palmeiras. Com diversos atletas agredidos fora do ambiente de trabalho nos últimos anos, o time lidera negativamente esse quesito no Estado de São Paulo.
O Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo se reuniu na última semana com atletas representantes dos clubes de São Paulo a fim de costurar uma medida coletiva. O anúncio do protesto paulista pode sair nos próximos dias.