REDAÇÃO SAPESP
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, divulgou nesta sexta-feira (26) que proibirá a participação de investidores em atletas profissionais de futebol. A medida passará por um período de transição, semelhante ao que aconteceu no fim do passe no Brasil com a elaboração da Lei Pelé.
"Tomamos uma decisão firme que a participação de terceiros deve ser banida, mas não pode ser banida imediatamente, haverá um período de transição", disse Blatter em entrevista coletiva após reunião do comitê executivo da Fifa.
A decisão da entidade tem abrangência mundial, mas segundo o presidente do Sindicato de Atletas Profissionais de São Paulo, Rinaldo Martorelli, a lei no Brasil já prevê este veto, porém não é fiscalizada.
"A Lei brasileira já prevê isso, mas não é fiscalizada. Os clubes também acabam se sujeitando a tais contratos por estarem sem dinheiro, pressão de torcedores, oposição. Por outro lado os investidores colocam dinheiro achando que tem garantias contratuais, mas não as tem. O tal "Direito Econômico" do futebol é uma ficção jurídica. Não há como ter garantia, a não ser que houvesse uma legislação específica para este fim", explica o sindicalista, que faz parte do Comitê de Resolução de Disputas e Litígios da FIFA.
Apesar do atual modelo ser polêmico, Martorelli acredita que não haveria problema, desde que os contratos fossem respeitados, o que no Brasil dificilmente ocorre.
"Se houvesse a cultura do respeito aos contratos e às negociações, se fosse regulamentada, sem problemas. Nossa maior preocupação é com o atleta. Um jogador que possui diversos investidores não consegue ter tranquilidade para trabalhar, estará sempre no meio do fogo cruzado. O jogador fica refém de uma negociação entre terceiros", finaliza.