REDAÇÃO SAPESP
O Sindicato de Atletas Profissionais de São Paulo visitou mais dois elencos nesta semana. O diretor de relacionamento da entidade, Mauro Costa, esteve reunido na terça-feira (4) com jogadores do Independente de Limeira, equipe que disputa a Copa Paulista. No dia seguinte foi a vez do Guarani Futebol Clube, Campeão Brasileiro de 1978 e que atualmente disputa a Série C nacional. O superintendente do clube Valdir Lins, foi o responsável por acompanhar o elenco durante a palestra.
"Realizamos as visitas no Guarani e Independente de Limeira e mais uma vez passamos aos atletas os perigos da manipulação de resultados, que chegou de vez ao Brasil. A comissão técnica e diretoria também participaram e elogiaram muito o trabalho realizado pelo sindicato. Estamos há anos fazendo esse tipo de ação porque somos os legítimos representantes da classe e maiores interessados no bem estar dos jogadores", falou Mauro Costa nesta quinta-feira (6 de agosto).
Diretor tornou-se especialista no assunto
Mauro Costa participou no mês de junho de um curso sobre manipulação de resultados ministrado pela Interpol na Costa Rica. Lá, especializou-se em detectar e combater focos de quadrilhas especializadas, que buscam no futebol maneiras de levantar grandes lucros, principalmente pelo amplo número de clubes devedores na América do Sul. No Brasil, jogadores que não recebem salários em dia, segundo ele, são os principais alvos das quadrilhas.
"Eles sabem que no Brasil existem muitos clubes que devem salários, o que deixa os jogadores mais vulneráveis a aceitar esse tipo de negociação. Tenho alertado a todos que é um caminho sem volta. Uma vez que o atleta entra no esquema, não consegue mais sair. Ameaçam filhos, esposa e até pai e mãe. É uma máfia que tem que ser combatida com denúncia", alertou.
Governo barra apostas online na MP 671 e diretor comemora
A Medida Provisória 671/2015, na última quarta-feira (5 de agosto) pela presidente Dilma Rousseff, vetou um artigo que oficializava as apostas online no Brasil. O veto foi comemorado pelo Sindicato de Atletas e por Mauro Costa, já que será um grande inibidor para que as quadrilhas não se aproveitem da própria lei para atuar contra o futebol.
"É para comemorar realmente o veto desse artigo. Abriria um precedente que seria a base para a instalação oficial dos manipuladores. Precisamos de um futebol limpo no Brasil e o veto vai de encontro ao nosso trabalho, que é dificultar ao máximo a atuação das quadrilhas que manipulam resultados no futebol", comemorou.
Apesar do artigo não ter passado, Costa sabe que a luta continua, já que as quadrilhas utilizam servidores internacionais para realizar as apostas no Brasil.