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Convocação pública: respeito aos atletas

O futebol também é nossa grande paixão.
 
Nós amamos o futebol; amamos o gol bonito, a jogada plástica, a defesa difícil.
 
Amamos a graça do futebol.
 
Amamos a adrenalina do quase gol, a alegria da vitória, a emoção de quem tentou e mesmo com todo o esforço não conseguiu.
 
E exatamente por ser a nossa grande paixão é que nos dedicamos a ele para melhorá-lo, também para que todos seus participantes sejam valorizados e acima de tudo respeitados.
 
Nosso compromisso não se restringe ao futebol como entretenimento, como lazer: não amamos o futebol somente pelo futebol; amamos o futebol como um segmento que surpreende, um ambiente de exteriorização da criatividade, da exaltação e da sublimação, ambiente esse que não combina com desrespeitos. Assim, quando há violação de algum direito ou quando o negocio se sobrepõe ao esporte, para nós, ele perde sua graçae magia.
 
Em nossa atuação sempre buscamos a simbiose do jogo com o respeito aos seus direitos intrínsecos. Nosso esforço, hercúleo, não se rende aos interesses escusos, ao desprezo aos direitos, à deterioração do humano.
 
O Sindicato de Atletas de São Paulo, como sempre, vem trabalhando para resgatar a credibilidade do futebol, imprimindo maior ritmo no sentido de fazer valer o que se coloca como uma questão elementar em termos gerais: que os atletas profissionais de futebol tenham seus salários pagos com pontualidade. 
 
Seriamos muito exigentes exigir que os futebolistas tivessem estabilidade a ponto de viverem sabendo aquilo que podem comprar, porque vão ter seus salários para pagar? Que o atleta de futebol possa ir trabalhar com a certeza que sua família não será despejada por falta de pagamento de aluguel enquanto treina?
 
Exigir um mínimo de dignidade a esse profissional parece-nos um dever não só nosso, mas um compromisso com a realidade que assim se posiciona.
 
Temos certeza que, se os torcedores se colocassem no lugar dos atletas profissionais de futebol, também entenderiam bem isso.
 
Por isso, vimos CONVOCAR O PÚBLICO DO FUTEBOL, este que ama a modalidade tanto quanto nós; este mesmo que quer que o futebol brasileiro volte a ser o melhor do mundo.
 
APOIE o atleta profissional NESSA CAUSA.
 
Convocamos o público que ama o futebol a ampliar sua visão. Nesse sentido, com uma visão clara da realidade e das necessidades humanas, o torcedor, poderá reconhecer que há uma distinção entre atividade profissional – executada para a sobrevivência, e o futebol como lazer – por pura distração e divertimento. Poderá enxergar que uma não pode ser vista como a outra.
 
Para fazer com que esse direito básico seja respeitado por aqueles que deveriam zelar no cumprimento das obrigações (que se comprometem livremente – os clubes – e/ou ainda por aqueles que deveriam zelar para que as leis em torno da organização do esporte fossem cumpridas – federações e confederação) estamos recorrendo ao Poder Judiciário.
 
Não encontramos, depois de muitos esforços e esgotadas todas as possibilidades – de nossa parte, não da deles – em negociações cansativas, porém inócuas, os caminhos para a concretização do respeito.
 
Sempre nos colocamos em posição de intermediar conflitos para evitar tragédias, acreditando que assim manteríamos possibilidades de melhoria geral. Sem resultado, é a hora do grande choque.
 
Vale salientar que, se os clubes e a entidades dirigentes cumprissem com seus deveres, nada disso seria necessário.
  
A insistência no descumprimento por parte dos clubes é histórico, infelizmente, e somente com um grande impacto podemos mudar calamitosa situação e trazer ao futebol uma perspectiva de melhora.
 
Exemplos pelo mundo mostram que com todos os direitos garantidos, os resultados em campo são muito melhores. O futebol ganha crédito, os negócios crescem e todos ganham.
 
Esse cenário, sem uma grande transformação – essa que buscamos agora – não se vislumbra possível em nosso país, porque o desrespeito se arraigou. Aprendemos e criamos, no entanto, ferramentas para extirpá-lo e é isso que estamos fazendo.
 
Portanto, os dissabores, os arranhões na paixão dos torcedores, que alimentam e impulsionam o futebol, devem ser creditados aos clubes descumpridores e às entidades dirigentes coniventes com esse quadro.
 
A nós, cabe o orgulho de cuidar dessa gente que deposita em nosso trabalho a única esperança de dias melhores.
 
Afinal, trabalhamos para preservar a magia e a graça do futebol. E fazemos disso a nossa satisfação.
 
Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo.
 

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