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Estudo fisiológico da FENAPAF decretou fim dos jogos às 11h

REDAÇÃO SAPESP

No dia 25 de agosto de 2015, ainda durante o inverno, a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF) enviou à CBF um ofício solicitando o fim dos jogos às 11 horas para o restante da disputa do Campeonato Brasileiro (Séries A e B).  O presidente da entidade, Rinaldo Martorelli, solicitou alternativas para preservar os direitos dos atletas e equilíbrio nessa questão.

 
Como resposta, a CBF informou que contava com um grupo de especialistas no assunto que definiram uma série de recomendações a serem seguidas a partir da 20ª rodada.
 
A FENAPAF, no entanto, contestou a decisão. Martorelli se amparou em um estudo realizado pela entidade nacional dos atletas em parceria com o fisiologista Dr. Turibio Leite de Barros antes da Copa do Mundo, que mediu o impacto fisiológico das altas temperaturas em atletas profissionais de futebol.  

Como se concluiu no estudo (no qual os jogadores ingeriram cápsulas com um micro termostato para a leitura da temperatura interna corporal), o nível de gravidade é extrema no que diz respeito ao risco de morte entre os futebolistas que atuam em altas temperaturas, sobretudo no Nordeste e Centro-Oeste brasileiro.

 

"Fizemos uma gestão junto a CBF. Enviamos ofício com os nossos pareceres médicos, que são diferenciados pois investimentos em tecnologia para comprovar cientificamente o risco de morte dos atletas. Nele havia o requerimento de cessação dos jogos nesse horário e tudo atrelado aos que os médicos diziam", informou Martorelli.

 
Constatou-se que nem sempre os futebolistas, mesmo estando em suas melhores condições físicas, têm suas temperaturas centrais chegando, e às vezes ultrapassando, os 40º Célsius. Nem mesmo a hidratação, em determinados casos, deu ao jogador a condição de sair da situação de risco durante a avaliação do estudo.
 
"A CBF nos garantia que a equipe médica dava a sustentação aos jogos nesse horário. Só que o nosso ofício trazia uma coisa que eles não consideravam, que era a medição da temperatura interna do atleta baseado no estudo que fizemos para a Copa do Mundo. Com os dados em mãos, não restou outra alternativa a não ser acabar com o horário", acrescentou o presidente.
 
A FENAPAF ainda deixou claro em seu ofício que toda a responsabilidade pela continuidade dos jogos e suas possíveis consequências seriam dos médicos da CBF. Com base nessa posição, a entidade máxima do futebol resolveu cessar os jogos às 11 horas.

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